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M

ARTA

GN

ET

AL

.

508

R

EV

A

SSOC

M

ED

B

RAS

2014; 60(6):508-511

dirEtrizES Em foco

Tratamento com radioterapia de intensidade modulada (IMRT)

para câncer de mama

T

REATMENT WITH

INTENSITY

MODULATED

RADIATION

THERAPY

(IMRT)

FOR

BREAST

CANCER

Autoria:

Sociedade Brasileira de Radioterapia

Participantes:

Marta GN, Hanna SA, Gadia R

Elaboração final:

27/2/2014

Conflito de interesse:

nenhum conlito de interesse declarado

http://dx.doi.org/10.1590/1806-9282.60.06.005

O Projeto Diretrizes, iniciativa da Associação Médica Brasileira, tem por objetivo conciliar informações da área médica, a fim de pa-

dronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico.

As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida,

diante da realidade e do estado clínico de cada paciente.

D

ESCRIÇÃO

DO MÉTODO

DE

COLETA

DE

EVIDÊNCIA

Por meio da elaboração de quatro perguntas clínicas rele-

vantes e relacionadas com a temática proposta, buscou-se

apresentar as principais evidências em relação à segurança,

à toxicidade e à efetividade das técnicas de radioterapia em

questão. A população estudada foi composta por pacientes

do sexo feminino, de todas as idades, portadoras de câncer

primário de mama, tratadas com radioterapia de toda a

mama, independentemente do tipo histológico, do estadia-

mento, do contexto de tratamento (radical, adjuvante ou

paliativo) e da presença de comorbidades. Para tanto, foi rea-

lizada uma revisão sistemática da literatura nas bases pri-

márias de informação cientíica (Medline – Pubmed; Emba-

se – Elsevier; Lilacs – Bireme; Cochrane Library – Registro

de Ensaios Controlados). Todos os artigos disponíveis até

o dia 22 de julho de 2013 foram considerados. A estratégia

de busca utilizada nas pesquisas Medline está descrita no

Apêndice 1. Os artigos foram selecionados a partir de ava-

liação crítica, buscando-se as melhores evidências disponí-

veis. As recomendações foram desenvolvidas a partir de dis-

cussão como grupo elaborador, composto por três membros

da Sociedade Brasileira de Radioterapia. A diretriz foi revi-

sada por um grupo especializado, independente, emdiretri-

zes clínicas baseadas em evidências. Após a sua inalização,

a diretriz foi colocada sob consulta pública por 15 dias, e as

sugestões foram encaminhadas para os elaboradores para

avaliação e consideração do texto inal.

G

RAU

DE

RECOMENDAÇÃO

E

FORÇA

DE

EVIDÊNCIA

A.

Estudos experimentais ou observacionais de melhor

consistência.

B.

Estudos experimentais ou observacionais de menor

consistência.

C.

Relatos de casos (estudos não controlados).

D.

Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em

consensos, estudos isiológicos ou modelos animais.

O

BJETIVO

Avaliar a técnica de radioterapia mais adequada para o

tratamento das pacientes com tumores primários de mama.

I

NTRODUÇÃO

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais frequente

(sem considerar tumores de pele não melanoma) e a prin-

cipal causa de morte por câncer em mulheres

1

(

D

). De

acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer, no

Brasil, para o ano de 2012, foram estimados 52.680 casos

novos, o que corresponde a um risco estimado de 52 no-

vos casos por 100 mil mulheres

2

(

D

).

A mastectomia radical proposta por Halsted em 1894

foi o tratamento padrão para o câncer de mama indepen-

dentemente de qualquer fator associado. Entretanto, nos

últimos 50 anos, observou-se uma mudança na aborda-

gem cirúrgica empregada, seguindo a tendência da con-

servação da mama, sem, contudo, deixar de oferecer se-

gurança oncológica. Dentro desse racional, a adjuvância

com radioterapia (RT) é fundamental na abordagem de

todas as pacientes com tumores

in situ

e invasivo inicial

submetidas à cirurgia conservadora e também daquelas

que apresentam doença localmente avançada (tumor > 5

cm, mais de três linfonodos acometidos, entre outros).

Do ponto de vista das técnicas de RT existentes, o

planejamento convencional (2D) é realizado baseando-se

em duas dimensões (uso de imagens planares, como a ra-

diograia) com o cálculo de distribuição de dose feito em