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B

otelho

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400

R

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A

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ed

B

ras

2014; 60(4):400-403

Diretrizes em foco

Espondilolistese degenerativa: tratamento cirúrgico

D

egenerative

spondylolisthesis

:

surgical

treatment

Autoria:

Sociedade Brasileira de Neurocirurgia; Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

Participantes:

Ricardo V. Botelho, Noel O. Foni, Alberto O. Gotfryd, Carlos Fernando P.S. Herrero, Jefferson

Daniel, Robert Meves, Marcelo Luis Mudo, Ricardo S. Simões, Sérgio Zylbersztejn, Wanderley M. Bernardo

Conflito de interesse:

nenhum conflito de interesse declarado

http://dx.doi.org/10.1590/1806-9282.60.05.004

O Projeto Diretrizes, iniciativa da Associação Médica Brasileira, tem por objetivo conciliar informações da área médica, a fim de pa-

dronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico.

As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida,

diante da realidade e do estado clínico de cada paciente.

D

escrição

do método

de

coleta

de

evidência

Para a elaboração desta diretriz, foram consultadas as ba-

ses eletrônicas primárias e secundárias de dados Medline

(1966-2009), Cochrane, Registro de Ensaios Controlados

da Colaboração Cochrane – Central, Embase (1980-2010)

e Lilacs (1982-2010). A busca de evidências partiu de ce-

nários clínicos reais e utilizou os descritores MeSH e ter-

mos isolados:

surgical procedures, operative, nonsurgical, the-

rapy, lumbosacral region, lumbosacral, degenerative

spondylolisthesis, spondylolisthesis.

Os artigos foram selecio-

nados após avaliação crítica da força de evidência cientí-

fica por especialistas das Sociedades participantes, sendo

utilizadas as publicações de maior força para as recomen-

dações, as quais foram organizadas a partir de discussão

com o grupo elaborador. Toda diretriz foi revisada por

grupo especializado, independente, a partir de diretrizes

clínicas baseadas em evidências.

G

raus

de

recomendação

e

força

de

evidência

A.

Estudos experimentais ou observacionais de melhor

consistência.

B.

Estudos experimentais ou observacionais de menor

consistência.

C.

Relatos de casos (estudos não controlados).

D.

Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em

consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais.

O

bjetivo

Esta diretriz tem como público-alvo médicos generalis-

tas, reumatologistas, ortopedistas, fisiatras, neurologis-

tas e neurocirurgiões, a fim de que possam orientar a in-

dicação do procedimento cirúrgico para o portador de

lombalgia e/ou lombociatalgia resistente ao tratamento

não operatório em razão de espondilolistese degenerati-

va lombar.

I

ntrodução

Espondilolistese degenerativa é o deslizamento anterior de

uma vértebra lombar, com o arco neural intacto. É rara an-

tes dos 50 anos de idade e mais frequente emmulheres, so-

bretudo da raça negra, com uma relação homem:mulher

de 1:6 (

B

).

1

O nível acometido commais frequência é o L4-

L5 e raramente ultrapassa 30% da largura vertebral. A es-

pondilolistese degenerativa, em geral, é assintomática, mas

pode estar associada à estenose sintomática do canal ver-

tebral lombar. A estenose de canal é a causa mais comum

de cirurgia lombar em adultos acima de 65 anos de idade

quando associada à claudicação neurogênica. No entanto,

a estenose espinal costuma ser assintomática. Portanto, a

correlação clínico-radiológica é fundamental para a toma-

da de decisões (

A

).

2

Preconiza-se o tratamento cirúrgico

com descompressão do canal vertebral e estabilização da

espondilolistese quando há falha do tratamento conserva-

dor

(

B

).

3

P

or

qual

período

deve

ser

feito

o

tratamento

conservador

(

não

operatório

)?

Em geral, os desfechos funcionais favoráveis nos pacientes

não responsivos ao tratamento não operatório são repor-

tados em grupos heterogêneos de etiologia de estenose

lombar degenerativa e de tempo do tratamento conserva-

dor (

C

).

4-6

O período testado nesse específico grupo de pa-

cientes em ensaio clínico foi de 12 semanas. Pacientes tra-

tados de modo conservador, sem sucesso e submetidos ao

tratamento cirúrgico tiveram um seguimento melhor, do