Sobre o projeto

Desde 1951, a Associação Médica Brasileira (AMB) exerce papel fundamental na proposição de políticas de saúde em nosso país. Em 2021, ao completar 70 anos, segue firme em sua missão, desdobrando-se no enfrentamento a uma crise sanitária e humanitária sem precedentes que, no Brasil, já vitimou 20 milhões de pessoas e ceifou a vida de mais de 550 mil.

Hoje, mais do que nunca, faz-se primordial discutir ideias para melhorar a assistência em saúde, além de delinear políticas e ações que garantam a todos os cidadãos o inalienável direito a serviços de qualidade.

Ciente da importância da intersetorialidade na saúde, a AMB convida diversos setores da sociedade civil, entidades governamentais e não governamentais a trabalhar em unidade na construção de uma Aliança pela Saúde do Brasil (ASB).

Defender e fortalecer políticas públicas de saúde

No Brasil, meio milhão de médicos trabalham nos cuidados de mais de 210 milhões de habitantes, em uma sociedade na qual as desigualdades sociais seguem evidentes e crescentes. O país ocupa a 79ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e é o 7º mais desigual do mundo, com um Índice Gini de 0,549, fazendo com que cerca de 80% da população dependa de políticas públicas para o acesso a ações e serviços de saúde.

A criação do Sistema Único de Saúde, SUS, representou o mais importante marco civilizatório do século. Desde 1990, a mortalidade infantil caiu 47,5%; a razão da mortalidade materna decresceu de 143,2 para 59,7 por 1.000 nascidos vivos; e a expectativa de vida aumentou em 17,9% passando de 62,7 anos (1980) para 76,6 anos (2019).

Segundo 81,8% dos médicos o “Brasil deve assegurar a saúde como direito de todos e dever do Estado, por meio de uma cobertura universal e igualitária em saúde”; a maioria diz que o financiamento do SUS deveria ser expandido; e 88,7% discordam “totalmente” de que o SUS “deve ser destinado apenas aos cidadãos de baixa renda ou desempregados” (Demografia Médica, Conselho Federal de Medicina 2018).

Além disso, políticas públicas de saúde impactam formação médica e de outros profissionais, o acesso e a qualidade dos serviços. A AMB compreende que o SUS é essencial para a saúde e o bem-estar da população brasileira; que os médicos, ladeados pelos demais profissionais das equipes multidisciplinares, são a base para o bom funcionamento do SUS; e que um SUS forte é fundamental para a implantação de uma política de gestão eficaz e eficiente.

Reflexões em prol da saúde

Neste início de 2021, a AMB organizou grupos de trabalho (GT) para discutir e propor estratégias para a classe médica, considerando os demais profissionais do campo e os setores de interação , além de discutir a qualidade em atenção à saúde para a população brasileira em vários níveis. Um GT especialmente dedicado ao tema identificou que:

  1. é preciso defender e fortalecer o sistema público (SUS), sem descuidar do privado;
  2. é preciso desenvolver uma política de gestão de pessoas no setor saúde, diretamente associada aos benefícios para a população brasileira e à melhoria dos serviços; dimensionada adequadamente para o ingresso de profissionais, a progressão por mérito, a mobilidade, a educação continuada e o desenvolvimento profissional.
  3. a AMB deveria abrir os debates sobre o tema, envolvendo outras categorias profissionais e setores, à semelhança do que é feito em outros países.

Propostas preliminares para a Aliança pela Saúde do Brasil

A AMB convida os parceiros a contribuírem em processo de construção coletiva a partir da seguinte grade preliminar de debates:

  1. Desenvolver estratégias que garantam a ética e a integridade, com maior transparência e práticas anticorrupção na atenção à saúde da população;
  2. Integrar os sistemas universal e suplementar de saúde, com foco na equidade e no melhor acesso a serviços de saúde;
  3. Incentivar participação inter e intrasetorial, para promover políticas mais abrangentes e promotoras da saúde da população brasileira;
  4. Promover pactuações regionais de saúde, otimizando a capacidade instalada nos serviços, de acordo com os recursos e necessidades locais;
  5. Adequação dos modelos e redes de atenção à saúde às necessidades da população, integrando a Atenção Primária à Saúde (APS) com a média e alta complexidade, garantindo assistência adequada aos grupos mais vulnerabilizados, em especial as crianças, adolescentes, gestantes e idosos;
  6. Aprimorar os processos associados à ciência, tecnologia e inovação para garantir maior resolutividade e qualidade aos serviços de saúde;
  7. Garantir a governança participativa, com maior presença dos profissionais de saúde nas decisões bi e tripartites;
  8. Estabelecer critérios técnicos e transparentes para ocupação de cargos, com progressão por mérito e carreiras para profissionais da saúde;

Sustentabilidade econômica, por meio de financiamento suficiente e gestão eficiente no setor saúde.

Associação Médica Brasileira (AMB), nossa missão

A AMB é uma associação civil de âmbito nacional, com personalidade jurídica

e forma federativa, sem finalidade lucrativa, que congrega médicos

e acadêmicos de cursos de medicina em todo o território nacional. Fundada em 1951, a AMB é guardiã da boa prática em Medicina e da Ciência. Em sua composição se encontram as 27 associações médicas estaduais com suas 396 regionais e todas as 54 Sociedades de Especialidades reconhecidas oficialmente no país.

Entre as missões da AMB, estão a busca permanente por saúde de qualidade aos cidadãos, a valorização dos médicos, a defesa da autonomia e de condições plenas para o exercício da melhor Medicina.

Buscando o aprimoramento científico, desde 1958, a AMB concede Títulos de Especialista aos médicos aprovados em rigorosas avaliações teóricas e práticas. Também atua junto ao Ministério da Educação e ao Congresso Nacional para combater a abertura indiscriminada de cursos de Medicina de formação profissional insuficiente. Defende a formação de médicos competentes para o atendimento da população brasileira.

Desde 2000, a AMB elabora as Diretrizes Médicas baseadas em evidências científicas com o intuito de padronizar condutas e auxiliar o médico na decisão clínica de diagnóstico e tratamento. As Sociedades de Especialidade filiadas à AMB são responsáveis pela elaboração do conteúdo informativo e do texto da diretriz.

Programa de Educação Médica Continuada (EMC) atualiza e democratiza o conhecimento científico. É gratuito, a distância e aberto à participação de todos os médicos brasileiros. É uma contribuição à classe médica nacional, que beneficia diretamente a assistência à saúde da população brasileira.

Três canais mantém o fluxo de comunicação com o médico: JAMBRAMB e portal AMB. Desde 1958, o Jornal da Associação Médica Brasileira (JAMB) enfoca os desdobramentos da política médica e divulga notícias das associações estaduais e das sociedades de especialidade. Já a Revista da Associação Médica Brasileira (RAMB), editada desde 1954, foi ampliando sua área de influência: além de ser filiada à Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) e a Associação Nacional das Editoras de Publicações (ANATEC), é indexada às bases de dados Scielo, Index Copernicus, LILACS, MEDLINE e Qualis B Internacional CAPES. A indexação em todas estas bases é uma garantia de qualidade do que é publicado e representa uma maior penetração das informações dentro da comunidade. Na internet, a AMB é representada pelo portal www.amb.org.br. O site é atualizado diariamente com notícias, comunicados e notas oficiais.

Ademais, a AMB atua como membro oficial da World Medical Association (WMA), onde ocupa duas vagas em seu Conselho Diretor, e da Confederação Médica Latino-Americana e do Caribe (Confemel). Também é associada e membro-fundadora da Comunidade Médica de Língua Portuguesa.

Em síntese, a AMB exerce, por missão precípua, a representação dos interesses da classe médica, fortalecendo-a nos âmbitos político, científico e social, com o propósito primordial de bem servir e de lutar por assistência médica qualificada e resolutiva em prol da sociedade brasileira.