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Nota de Falecimento – Dr. Manlio Basilio Speranzini

A Associação Médica Brasileira lamenta o falecimento nesta quinta-feira (13) de Manlio Basilio Speranzini, médico especialista em Cirurgia. O Dr. Manlio deixa um legado de dedicação, excelência e compromisso com a cirurgia brasileira, inspirando gerações de colegas e alunos ao longo de sua trajetória.

Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em 1950 e graduou-se em 1955. Durante o curso de medicina foi plantonista remunerado do Banco de Sangue do Hospital das Clínicas (HC), do Samdu e da Maternidade São Paulo, além dos estágios regulamentares no Serviço de Anestesiologia, Obstetrícia e Pronto-Socorro do HC. Após a graduação fez residência em cirurgia durante dois anos, interrompendo-a quando foi convidado pelo professor Mario Ramos de Oliveira para assumir o cargo de médico auxiliar de ensino da 3ª Clínica Cirúrgica.

Manlio Speranzini possui títulos de especialista pelas seguintes entidades: Cirurgia Geral (1962, AMB12 e 1975, CBC13), Gastroenterologia (1966, FBG14) e Cirurgia do Aparelho Digestivo (1992, CBCD15).

A AMB se solidariza com familiares, amigos e colegas.

Presidente da AMB participará de audiência na Câmara sobre “Medicina baseada em Evidências e Judicialização da Saúde”

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou o Requerimento nº 300/2025, de autoria do deputado Dr. Frederico, para convidar o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. César Eduardo Fernandes, a participar da audiência pública que discutirá o tema “A medicina baseada em evidências no contexto da judicialização da saúde no Brasil”.

O requerimento adita a proposta nº 6/2025, apresentada pela deputada Adriana Ventura, responsável pela iniciativa original do debate.

A participação do presidente da AMB reforça o compromisso da entidade com a defesa da boa prática médica, a qualificação da assistência à saúde e o fortalecimento das bases científicas que orientam o exercício da Medicina no Brasil.

A audiência está agendada para o dia 25 de novembro de 2025, às 10h, na Câmara dos Deputados, e reunirá representantes do Governo Federal, entidades médicas, do setor jurídico e da indústria farmacêutica.

O objetivo do encontro é promover uma ampla discussão sobre os desafios e impactos da judicialização da saúde no país, buscando alinhar a prática médica, as políticas públicas e as decisões judiciais aos princípios da medicina baseada em evidências científicas.

“A medicina baseada em evidências é um pilar essencial para assegurar decisões clínicas responsáveis, sustentadas pelo conhecimento científico e voltadas ao melhor cuidado do paciente. Discutir esse tema no contexto da judicialização é fundamental para garantir que o direito à saúde caminhe junto com a prática médica ética e qualificada”, afirmou  Dr. César Eduardo Fernandes, presidente da AMB.

A AMB reitera sua disposição em contribuir com o debate técnico e ético sobre temas que envolvem a qualidade do cuidado médico e o acesso responsável à saúde, sempre em benefício da sociedade brasileira. E reforça

Além do Dr. César Eduardo Fernandes, também foram convidados para o debate:

  • Representante da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde);
  • Representante do Departamento de Gestão das Demandas em Judicialização na Saúde, do Ministério da Saúde;
  • Representante da Secretaria de Reformas Microeconômicas, do Ministério da Fazenda;
  • Representante da Advocacia-Geral da União (AGU);
  • Dra. Ludhmilla Hajjar, médica cardiologista;
  • Representante da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge);
  • Representante do Sindusfarma;
  • Representante do Conselho Federal de Medicina (CFM);
  • Ramiro Nóbrega Sant’Ana, defensor público do Distrito Federal;
  • Maria Cecília Oliveira, presidente da Associação dos Familiares, Amigos e Pessoas com Doenças Graves, Raras e Deficiências.

Assessoria de Comunicação da AMB

AMB defende regulamentação mais clara para práticas em saúde estética durante audiência na Câmara

A Associação Médica Brasileira (AMB) participou, nesta terça-feira (11), de audiência pública na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados para discutir o Projeto de Lei nº 2717/2019, que trata sobre a regulamentação da chamada “saúde estética”. O debate foi proposto pelo deputado Eduardo Velloso e reuniu representantes de entidades médicas, de conselhos profissionais e especialistas do setor.

Representando a AMB, o Dr. Sergio Palma destacou que a estética, entendida como um campo interdisciplinar que envolve saúde, bem-estar e qualidade de vida, tem registrado crescimento expressivo no Brasil nos últimos anos. No entanto, segundo ele, esse avanço não foi acompanhado por uma normatização adequada, o que gera insegurança jurídica e conflitos de competência entre diferentes categorias profissionais.

“Vivemos um cenário em que diversas profissões reivindicam o direito de realizar procedimentos estéticos — inclusive invasivos — amparadas apenas por resoluções corporativas de seus conselhos, sem respaldo legal claro. Esse vácuo regulatório expõe os pacientes a riscos e os profissionais à insegurança sobre os limites de sua atuação”, alertou Palma.

O representante da AMB ressaltou ainda que a questão deve ser analisada sob a perspectiva do biodireito e da bioética, uma vez que envolve direitos fundamentais, como a saúde, a vida e a dignidade humana. Segundo ele, a prática de procedimentos invasivos requer uma abordagem completa, que inclui anamnese, diagnóstico, indicação adequada, técnica fundamentada em evidências científicas e capacidade de manejo de complicações.

“Essas práticas exigem formação médica sólida. Quando realizadas por profissionais sem o preparo necessário, podem resultar em complicações graves, reações adversas e até óbitos”, afirmou.

Palma alertou também para o risco da mercantilização da estética, que, sem regulação eficaz, transforma a saúde em produto e aumenta a vulnerabilidade de pacientes e profissionais. “É urgente estabelecer marcos legais que garantam segurança e qualidade nos procedimentos estéticos. Precisamos proteger a saúde pública e preservar a integridade dos indivíduos e das profissões envolvidas”, concluiu.

O PL 2717/2019 segue em tramitação na Câmara dos Deputados e deve continuar sendo discutido em novas audiências e com diferentes setores da sociedade antes de ser votado em plenário.

Participaram ainda da audiência pública, Silvia Perotti, representante do Conselho Federal de Fonoaudiologia, Fernando Cesar de Sousa Santos Veríssimo Gamarros, representante do Conselho Federal de Biologia, Tatiana Maria Melo Guimarães, chefe do Departamento de Gestão do Exercício Profissional do Conselho Federal de Enfermagem, Graziela Schmitz Bonin, conselheira federal pelo Estado de Santa Catarina do Conselho Federal de Medicina, Cecília Castro, presidente da União Nacional dos Esteticistas e Técnicos em Estética, Edgar Garcez Junior, presidente do Conselho Federal de Biomedicina, Rodrigo Prado Santiago, representante da Federação Médica Brasileira, Camila Maria Rodrigues Borges, membro do Grupo de Trabalho sobre Estética do Conselho Federal de Farmácia, Caroline Romeiro, coordenadora da Coordenação Técnica de Nutrição do Conselho Federal de Nutrição,
Juliano Tibola, representante do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Carlos Roberto de Souza Filho, presidente dos Sindicatos dos Biomédicos do DF, Guilherme de Araújo Freitas, representando a Federação Brasileira dos Profissionais Esteticistas e Walter Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia

Assessoria de Comunicação da AMB

Diretor cultural da AMB modera debate sobre ‘Como as Sociedades Médicas podem Contribuir para a Sustentabilidade da Saúde’ no Rio Health Forum

O diretor cultural da Associação Médica Brasileira – AMB – Dr. Rômulo Capello Teixeira participou, no dia 6 de novembro, do Rio Health Forum como moderador de uma mesa-redonda que debateu o tema ‘Como as Sociedades Médicas podem Contribuir para a Sustentabilidade da Saúde’. 

O evento, que apresentou como tema central “Construindo um Sistema Integrado e Sustentável na Saúde”, foi desenvolvido com o objetivo de interagir e contribuir na construção de um novo futuro para a Saúde. O encontro ocorreu no Rio de Janeiro, entre os dias 5 e 7 de novembro. 

Assessoria de Comunicação da AMB

Envelhecimento acelerado, tema do Enem 2025, muda o mapa das doenças no Brasil: câncer e condições neurológicas crescem entre idosos

O Brasil vive uma transição silenciosa e profunda: a de um país jovem que envelhece rápido demais.

Um estudo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) mostra que a população idosa dobrará em apenas 25 anos, um ritmo seis vezes mais veloz do que o registrado na França. Até 2031, haverá mais idosos do que crianças — um marco demográfico que desafia a estrutura social, econômica e sanitária do país.

O envelhecimento acelerado, que inspirou o tema da redação do Enem 2025 (“Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”), vem acompanhado de uma mudança preocupante no mapa das doenças: as enfermidades do envelhecimento — cardiovasculares, metabólicas e neurológicas — estão crescendo mais rápido do que a capacidade do sistema de saúde de lidar com elas.

As doenças do envelhecimento: um novo perfil epidemiológico

O levantamento do IEPS, de 2023, revela que os idosos brasileiros vivem mais, mas acumulam múltiplas doenças crônicas, com destaque para hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, AVC e demências.

Essas condições já consomem boa parte dos recursos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), e a sobrecarga recai também sobre as famílias — especialmente as mulheres, que, segundo o estudo, se tornam cuidadoras e acabam afastadas do mercado de trabalho.

“Estamos envelhecendo antes de nos estruturar. O desafio não é só viver mais, mas viver com qualidade e suporte”, resume o relatório.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), distúrbios como AVC, Alzheimer, enxaqueca, epilepsia e neuropatia diabética já são responsáveis por quase metade da carga global de incapacidade.

O alerta ganha peso em países que envelhecem rapidamente, como o Brasil, onde o aumento da expectativa de vida amplia a exposição a esses fatores de risco.

“É uma crise silenciosa de saúde pública global, e o Brasil reflete esse cenário de forma muito evidente”, alerta Maramélia Miranda, presidente da Sociedade Brasileira do AVC.

No país, o AVC voltou a superar o infarto como principal causa de morte cardiovascular desde 2019 — um reflexo direto do envelhecimento populacional somado ao controle insuficiente da pressão, do diabetes e do colesterol.

Envelhecimento, desigualdade e descoberta brasileira

A doença de Alzheimer, que tem a idade como maior fator de risco, cresce na esteira do envelhecimento acelerado.

“O que a França levou cem anos para envelhecer, o Brasil está fazendo em dez — e não estamos preparados”, explica Elisa de Paula França Resende, coordenadora de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Baixa escolaridade, hipertensão, diabetes, depressão e isolamento social agravam o risco. O Plano Nacional de Demências, embora aprovado, ainda não foi implementado.

Mas uma descoberta recente, liderada por brasileiros, traz esperança: um estudo publicado na revista Nature Neuroscience mostrou que a progressão do Alzheimer depende de uma inflamação silenciosa no cérebro.

A descoberta marca uma virada na compreensão da doença e reforça a importância de identificar precocemente processos inflamatórios no cérebro, algo que poderá orientar futuras terapias combinadas.

Câncer: o outro rosto do envelhecimento

O avanço da idade também tem mudado o mapa das principais causas de morte no país.

Um levantamento do Observatório de Oncologia, apresentado no Fórum Big Data em Oncologia, mostra que o câncer já superou as doenças cardiovasculares em 670 municípios brasileiros, o equivalente a 12% das cidades do país — um aumento de 30% em oito anos.

O estudo, baseado em dados do Ministério da Saúde, revela que as mortes por tumores cresceram 120% desde 1998, mais que o dobro do aumento observado nas doenças do aparelho circulatório (51%).

Se o ritmo continuar, o câncer deve se tornar a principal causa de morte no Brasil até 2029, marcando uma virada epidemiológica ligada diretamente ao envelhecimento populacional.

“O câncer é uma doença do envelhecimento celular. Quanto mais o país envelhece, maior o número de diagnósticos”, explica o oncologista Abraão Dornellas, do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Instituto Vencer o Câncer.

Segundo o levantamento, 77% das mortes por câncer ocorrem em pessoas acima dos 60 anos — e o fenômeno é mais evidente nas regiões com maior expectativa de vida. O Rio Grande do Sul lidera o ranking nacional, com 168 municípios onde o câncer já é a principal causa de morte. Lá, 22% de todos os óbitos são provocados por tumores, índice bem acima da média nacional (17%).

“O Sul tem a maior expectativa de vida do país e uma rede de diagnóstico mais estruturada, o que naturalmente amplia os registros”, explica a pesquisadora Nina Melo, coautora do estudo. “Mas há também fatores ambientais e genéticos — é uma população majoritariamente caucasiana, mais suscetível ao câncer de pele.”

O avanço do câncer entre idosos e o aumento da longevidade se somam a outro desafio: as doenças cardiovasculares continuam a crescer, alimentadas pelo mesmo processo de envelhecimento populacional e pelos fatores de risco acumulados ao longo da vida. Entre eles, a hipertensão arterial é o mais determinante — e também o mais comum.

Hipertensão alimenta o ciclo

A pressão alta continua sendo a principal porta de entrada para complicações do envelhecimento, como AVC e insuficiência renal.

Em setembro, uma nova diretriz brasileira mudou o parâmetro: pressão de 12 por 8 passou a ser considerada “pré-hipertensão”. O objetivo é endurecer a prevenção e manter a pressão abaixo de 13 por 8 (130/80 mmHg) para reduzir o risco cardiovascular em todas as idades.

“É uma medida que antecipa o diagnóstico e reforça o papel da atenção básica, especialmente no SUS, que acompanha 75% dos hipertensos”, explica o cardiologista Fernando Nobre, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

A hipertensão afeta quase 30% dos brasileiros adultos, mas só um terço mantém controle adequado — um número preocupante para um país que envelhece rapidamente.

Famílias no centro da sobrecarga

O envelhecimento também reconfigura os lares brasileiros: segundo o IEPS, cresceu a proporção de casas habitadas apenas por idosos. Quando há limitações físicas, quase 100% dos cuidados são oferecidos por familiares, principalmente mulheres, o que reduz a renda e amplia a desigualdade.

“Sem políticas de apoio domiciliar e centros de reabilitação, a velhice no Brasil ainda é um problema privado — não uma prioridade pública”, resume Resende.

Um país que envelhece mais rápido do que se estrutura

O cruzamento de dados mostra que o Brasil está pouco preparado para o envelhecimento.

Há escassez de geriatras e gerontólogos, queda de leitos de reabilitação e poucas instituições de longa permanência. Apenas 36% dos municípios têm algum tipo de abrigo ou casa de apoio para idosos — a maioria privada.

A consequência é dupla: idosos mais doentes e famílias sobrecarregadas, num ciclo que já pressiona o SUS e desafia a previdência.

“O maior risco não é envelhecer, mas envelhecer mal — e sozinho”, complementa Resende.

Fonte: G1

Pesquisas da ABRAN ganham destaque global e avançam para se tornarem Guidelines internacionais

A ciência brasileira conquistou um marco histórico na Obesity Week 2025, o maior e mais prestigiado congresso mundial dedicado ao estudo da obesidade, realizado em Atlanta (EUA), de 4 a 7 de novembro. O evento reuniu pesquisadores, médicos, universidades e centros de referência de todo o mundo.

Pela primeira vez, uma instituição apresentou três meta-análises completas no mesmo evento – um feito alcançado apenas pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), sob a liderança científica do Prof. Dr. Idiberto José Zotarelli-Filho, editor-chefe do International Journal of Nutrology e professor e coordenador de publicações científicas da ABRAN.

Os trabalhos apresentados consolidam anos de pesquisa de alto rigor metodológico e agora avançam para publicação no Obesity Journal, onde ganharão status de Guidelines, influenciando políticas globais de atendimento clínico e práticas profissionais em nutrição, medicina e saúde metabólica.

“Só há motivos para comemorar. Atingir este status reflete um movimento crescente de internacionalização da ciência brasileira, com estudos capazes de impactar condutas clínicas e diretrizes profissionais. A aprovação simultânea dessas pesquisas pela Obesity Week e pelo Obesity Journal representa o reconhecimento da ciência produzida no Brasil – especialmente no campo da Nutrologia, liderado pela ABRAN”, destaca o Prof. Dr. Zotarelli-Filho, que resume os trabalhos:

•       Manejo nutricional e metabólico no contexto da cirurgia bariátrica: avaliou 135 artigos, consolidando evidências de que o cuidado nutricional pré e pós-operatório é determinante para o equilíbrio metabólico e a prevenção de deficiências graves em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. A pesquisa reforça que a cirurgia não substitui o cuidado nutricional — ela exige ainda mais precisão no acompanhamento clínico. Coautora: Dra. Ana Angélica Nogueira Lima.

•       Probióticos e redução da meta-inflamação em obesidade: analisou mais de 1.080 indivíduos, mostrando que probióticos como Akkermansia muciniphila, Lactococcus lactis, Bifidobacterium breve e Lactobacillus gasseri reduzem a meta-inflamação característica da obesidade, modulando Treg, microRNAs e interleucinas anti-inflamatórias. A pesquisa fortalece o conceito emergente de regeneração metabólica mediada pelo intestino. Coautor: Prof. Dr. Durval Ribas Filho.

•       Nutrientes, microbiota e probióticos em pacientes com obesidade e esquizofrenia: trabalho pioneiro que integra psiquiatria, nutrição clínica e microbiologia, avaliando 2.879 pacientes. É um dos estudos mais completos até hoje sobre a interface entre microbiota e saúde mental. Coautores: Prof. Dr. Durval Ribas Filho e Dra. Marcella Garcez Duarte.

“Os estudos apresentam alta qualidade metodológica (PRISMA, GRADE, AMSTAR-2), possuem impacto clínico imediato, fornecem diretrizes que podem ser aplicadas em consultórios, hospitais e centros de referência e posicionam o Brasil como protagonista global em obesidade, microbiota e nutrologia”, avalia o Prof. Dr. Zotarelli-Filho.

Hoje, abertura da COP 30, a Veja publica artigo do presidente da AMB com o tema “Saúde, Medicina e a COP 30: o planeta também pede cuidado”

A partir desta segunda, 10, Belém do Pará sedia a COP 30 — a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Pela primeira vez, o Brasil recebe esse encontro global em um território que simboliza, ao mesmo tempo, a riqueza e a fragilidade ambiental do planeta: a Amazônia. O evento é histórico não apenas para a diplomacia e o meio ambiente, mas também para a saúde pública. Afinal, a crise climática já é, indiscutivelmente, uma crise de saúde.


Os médicos têm testemunhado em seus consultórios, hospitais e comunidades os efeitos concretos das transformações climáticas. As ondas de calor extremo aumentam internações por desidratação, doenças cardiovasculares e respiratórias. A elevação da temperatura e das chuvas modifica a dinâmica de vetores, favorecendo a disseminação de doenças como dengue, zika e malária, entre outras. A fumaça das queimadas agrava quadros pulmonares, enquanto desastres naturais e eventos extremos provocam sofrimento psíquico, ansiedade e depressão.


Essas situações não são projeções futuras — são realidades que já desafiam o Sistema Único de Saúde (SUS) e os profissionais da medicina em todo o país. É por isso que a COP 30 precisa ser entendida também como uma conferência sobre saúde. O impacto das mudanças climáticas sobre o bem-estar humano deve estar no centro das discussões globais.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que milhões de vidas podem ser salvas até 2050 se os países adotarem medidas de mitigação e adaptação climática orientadas pela saúde. O chamado “Plano de Ação de Belém”, que integra a agenda da COP 30, enfatiza justamente a necessidade de respostas com foco na equidade e na justiça social — reconhecendo que as populações mais vulneráveis, como comunidades indígenas, ribeirinhas e periféricas, são as que mais sofrem os efeitos da degradação ambiental.


Como presidente da Associação Médica Brasileira, acredito que a comunidade médica tem papel essencial nesse movimento. A medicina não se limita ao diagnóstico e ao tratamento de doenças — ela é, por vocação, uma ciência de prevenção, cuidado e responsabilidade com a vida. Diante da crise climática, isso signi􀀁ca ampliar nosso olhar para além do paciente individual e enxergar a saúde do planeta como parte inseparável da saúde humana.


A AMB, em consonância com as sociedades de especialidades e os conselhos de medicina, defende que o tema “Saúde e Clima” seja incorporado à formação médica e à educação continuada. Precisamos preparar os médicos para reconhecer e enfrentar os novos padrões de doenças relacionados ao ambiente, desenvolver protocolos de atendimento em situações de desastres climáticos e atuar na prevenção de riscos ambientais.


Também é urgente que o próprio setor da saúde se torne mais sustentável. Hospitais e unidades médicas são grandes consumidores de energia, água e materiais. Adotar práticas de baixo carbono, gestão adequada de resíduos e estratégias de resiliência é parte do compromisso ético de quem trabalha pela vida.


A COP 30 oferece ao Brasil a oportunidade de liderar um movimento internacional de união da agenda climática à da saúde. O país, que detém uma das maiores biodiversidades do mundo e um sistema público de saúde de alcance continental, pode e deve ser exemplo de integração entre ciência, política e compromisso social.


Concluo com uma convicção: o planeta também precisa de cuidado médico. Cuidar do clima é cuidar das pessoas. Que a COP 30 seja lembrada como o momento em que a humanidade entendeu, de forma definitiva, que não existe saúde em um planeta doente.

*César Eduardo Fernandes é presidente da Associação Médica Brasileira (AMB).

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Fonte: VEJA.

Assessoria de Comunicação da AMB.

Hoje, abertura da COP 30, a Veja publica artigo do presidente da AMB com o tema “Saúde, Medicina e a COP 30: o planeta também pede cuidado”

A partir desta segunda, 10, Belém do Pará sedia a COP 30 — a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Pela primeira vez, o Brasil recebe esse encontro global em um território que simboliza, ao mesmo tempo, a riqueza e a fragilidade ambiental do planeta: a Amazônia. O evento é histórico não apenas para a diplomacia e o meio ambiente, mas também para a saúde pública. Afinal, a crise climática já é, indiscutivelmente, uma crise de saúde.


Os médicos têm testemunhado em seus consultórios, hospitais e comunidades os efeitos concretos das transformações climáticas. As ondas de calor extremo aumentam internações por desidratação, doenças cardiovasculares e respiratórias. A elevação da temperatura e das chuvas modifica a dinâmica de vetores, favorecendo a disseminação de doenças como dengue, zika e malária, entre outras. A fumaça das queimadas agrava quadros pulmonares, enquanto desastres naturais e eventos extremos provocam sofrimento psíquico, ansiedade e depressão.


Essas situações não são projeções futuras — são realidades que já desafiam o Sistema Único de Saúde (SUS) e os profissionais da medicina em todo o país. É por isso que a COP 30 precisa ser entendida também como uma conferência sobre saúde. O impacto das mudanças climáticas sobre o bem-estar humano deve estar no centro das discussões globais.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que milhões de vidas podem ser salvas até 2050 se os países adotarem medidas de mitigação e adaptação climática orientadas pela saúde. O chamado “Plano de Ação de Belém”, que integra a agenda da COP 30, enfatiza justamente a necessidade de respostas com foco na equidade e na justiça social — reconhecendo que as populações mais vulneráveis, como comunidades indígenas, ribeirinhas e periféricas, são as que mais sofrem os efeitos da degradação ambiental.


Como presidente da Associação Médica Brasileira, acredito que a comunidade médica tem papel essencial nesse movimento. A medicina não se limita ao diagnóstico e ao tratamento de doenças — ela é, por vocação, uma ciência de prevenção, cuidado e responsabilidade com a vida. Diante da crise climática, isso signi􀀁ca ampliar nosso olhar para além do paciente individual e enxergar a saúde do planeta como parte inseparável da saúde humana.


A AMB, em consonância com as sociedades de especialidades e os conselhos de medicina, defende que o tema “Saúde e Clima” seja incorporado à formação médica e à educação continuada. Precisamos preparar os médicos para reconhecer e enfrentar os novos padrões de doenças relacionados ao ambiente, desenvolver protocolos de atendimento em situações de desastres climáticos e atuar na prevenção de riscos ambientais.


Também é urgente que o próprio setor da saúde se torne mais sustentável. Hospitais e unidades médicas são grandes consumidores de energia, água e materiais. Adotar práticas de baixo carbono, gestão adequada de resíduos e estratégias de resiliência é parte do compromisso ético de quem trabalha pela vida.


A COP 30 oferece ao Brasil a oportunidade de liderar um movimento internacional de união da agenda climática à da saúde. O país, que detém uma das maiores biodiversidades do mundo e um sistema público de saúde de alcance continental, pode e deve ser exemplo de integração entre ciência, política e compromisso social.


Concluo com uma convicção: o planeta também precisa de cuidado médico. Cuidar do clima é cuidar das pessoas. Que a COP 30 seja lembrada como o momento em que a humanidade entendeu, de forma definitiva, que não existe saúde em um planeta doente.

*César Eduardo Fernandes é presidente da Associação Médica Brasileira (AMB).

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Fonte: VEJA.

Assessoria de Comunicação da AMB.

AMB se une e se solidariza com vítimas, profissionais da Saúde e toda a população afetadas pelo tornado no Paraná

A Associação Médica Brasileira (AMB) manifesta profundo pesar pelas vítimas da tragédia que atingiu gravemente os municípios de Rio Bonito do Iguaçu, Guarapuava e outras 12 cidades do Paraná, fortemente impactadas pelo tornado que devastou parte do Sul do país na noite de ontem, deixando um rastro de destruição e sofrimento.

Neste momento de dor, a AMB expressa solidariedade às famílias que perderam entes queridos, às pessoas feridas e aos milhares que tiveram suas casas e suas vidas profundamente afetadas. A entidade espera que as autoridades atuem com agilidade no acolhimento das famílias desabrigadas, oferecendo apoio psicológico, social e estrutural às comunidades atingidas — muitas delas com graves prejuízos e até 90% de destruição.

A AMB também dirige uma mensagem especial de apoio e reconhecimento aos médicos, médicas, profissionais de enfermagem, equipes de resgate, agentes de saúde e voluntários que estão na linha de frente, trabalhando incansavelmente para prestar assistência em meio a esse cenário adverso. Sua dedicação, coragem e compromisso com a vida representam o melhor da missão médica e humanitária.

A Associação reforça que está atenta e solidária, colocando-se à disposição para colaborar, dentro de suas possibilidades institucionais, com ações de apoio às entidades médicas e aos profissionais envolvidos nas regiões atingidas.

Que a solidariedade, a união e o cuidado humano prevaleçam sobre a dor e a perda neste momento tão difícil.

Associação Médica Brasileira (AMB)