Na quarta-feira
(16), a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa realizou
audiência pública com a participação do diretor-presidente da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, a fim de prestar
informações sobre a emissão da nota técnica nº 2/2022-SCTIE/MS e dos princípios
constitucionais da precaução e da prevenção, especialmente no combate à
pandemia da Covid-19.
O
diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, a respeito da nota técnica
emitida pelo Ministério da Saúde, observou que a Agência e seus integrantes não
participaram ou colaboraram na sua preparação, na confecção e nas versões e
correções à ela vinculadas. Assim, afirmou que “dá-se por prejudicado elencar
que motivos nortearam a construção da nota como ela foi construída; a colocação
de informações acerca de medicamentos e também de imunobiológicos,
especificamente as vacinas”.
O
diretor-presidente ressaltou que as declarações apresentadas na primeira versão
da nota, como as colunas que afirmam que a Hidroxicloroquina demonstrava
efetividade em estudos controlados e randomizados para a Covid-19; e a não
existência de demonstração de efetividade em estudos controlados e randomizados
para vacinas; estão em total desacordo com o posicionamento da Anvisa,
especialmente no que diz respeito a pontos alusivos à medicamentos e às
vacinas.
Destacou ainda que
a manifestação da Anvisa, a respeito da nota, se de deu pela voz da diretora da
Segunda Diretoria, Meiruze Sousa Freitas, que tem em seu organograma a
gerência-geral de medicamentos, em imprensa de grande circulação do país, na
qual ela pontuou que à luz dos conhecimentos da Anvisa, essas informações não
se sustentam.
Em seu depoimento,
se posicionou de forma decisiva sobre o fato de que o uso dos medicamentos
hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanida e as vacinas não estão no mesmo
plano de eficácia no combate à covid-19. Realçou que “até a presente data,
nenhuma empresa de farmácia e laboratório que detém registro dos medicamentos
hidroxicloroquina e outros, como ivermectina e nitazoxanida, solicitou mudança
de bula para inclusão do uso na covid-19. O que, obviamente, se tivessem esses
detentores de registro de qualidade, segurança e eficácia desse medicamentos da
covid-19, é certo que pediriam o pedido de alteração’
O Senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP) questionou o diretor-presidente da Anvisa sobre o contexto
e a rotina dos técnicos depois da aprovação da Agência no dia 17 de dezembro da
vacinação de crianças com 5 anos ou mais feita. Antonio Barra Torres comentou
sobre as ameaças que antecederam e sucederam a aprovação das vacinas, que
totalizam, até o dia 14 de fevereiro, 458 ameaças, intimidações ou críticas.
A Senadora Zenaide
Maia (Pros-RN) questionou a respeito da demora e resistência à aprovação da
vacina Coronavac. Antonio Barra Torres respondeu que a Coronavac é tecnologia
já conhecida e é uma vacina sólida no quesito segurança em sua utilização.
Afirma que não há nenhuma resistência ao seu uso pela Anvisa.
O Senador Fabiano
Contarato (PT-ES) fez observações acerca do Governo Federal e a sua condução
durante a pandemia. A Senadora Simone Tebet (MDB-MS) apontou a necessidade da
promoção da informação acerca da vacinação, inclusive e especialmente a
pediátrica. O Senador Flávio Arns (Podemos-PR) parabenizou a condução e
orientação da Anvisa durante a pandemia. A Senadora Soraya (PSL-MS) ressaltou a
importância e necessidade da apresentação de dados e estudos por meio dos entes
nacionais competentes.