NK Consultores – Pela primeira vez no Brasil, dois pacientes receberão implantes de um aparelho de estimulação do nervo vago para tratar depressão resistente, destacou reportagem da BBC News Brasil. O tratamento, que já vinha sendo usado em pacientes com crises epilépticas, consiste em estimular diretamente o cérebro: o implante ativa o nervo vago, que envia sinais elétricos ao órgão, afetando os neurotransmissores e as áreas cerebrais associadas ao humor. “O que se observou nos pacientes que tinham crises de epilepsia e também sofriam com depressão é que ambos os quadros acabavam melhorando com o uso dos implantes. E aí começou-se a estudar quais seriam os mecanismos do sistema nervoso em que poderiam explicar aquela melhora”, descreve o médico Wuilker Knoner Campos, presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Os resultados das pesquisas levaram à autorização do uso do dispositivo em pacientes com depressão resistente nos Estados Unidos, na Inglaterra, e, em 2019, no Brasil — o terceiro país a oferecer a alternativa de tratamento. As cirurgias estão previstas para ocorrer nesta sexta-feira (11/8) e serão conduzidas por Knoner Campos no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis (SC). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou à reportagem que o sistema que será usado, da marca LivaNova, tem indicação para o “tratamento da depressão crônica ou recorrente para pacientes que estejam em um importante episódio depressivo resistente ao tratamento ou intolerante ao tratamento.” De acordo com o neurocirurgião, os pacientes foram escolhidos pela área de psiquiatria do hospital. Para receber o implante, eles tinham que ter passado, sem resultados suficientemente satisfatórios, por outros tratamentos já estabelecidos para depressão resistente. No contexto brasileiro, o tratamento é ainda considerado bastante recente e não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para que um paciente seja elegível para o implante, é necessário que receba uma recomendação por parte de um psiquiatra e seja encaminhado a um neurocirurgião familiarizado com a tecnologia. De acordo com Campos, após as primeiras cirurgias, é esperado que o procedimento se torne mais popular dentro da rede privada de saúde. Para acessar a matéria completa, clique aqui.