Brasília, urgente

Pesquisadores criticam “apagão de dados” sobre saúde mental no País

Pesquisadores ouvidos nesta quinta-feira (7) pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados apontaram um “apagão de dados” sobre a situação da saúde mental no País, informou a Agência Câmara. “Os dados consolidados mais recentes e publicados sobre saúde mental datam de 2015, o Saúde Mental em Dados [relatório publicado pelo Ministério da Saúde]”, afirmou Luciana Barrancos, do Instituto Cactus.

Segundo ela, além de dados, faltam monitoramento e avaliação dos serviços prestados, transparência no uso de recursos públicos e incentivo a pesquisas no setor. “De 2002 a 2020 foram financiados 6.500 projetos de pesquisa em saúde, totalizando R$ 1,4 bilhão, mas em saúde mental especificamente foram apenas 249 projetos, ao custo de cerca de R$ 27 milhões — menos do que 2% do total da pesquisa em saúde”, observou. Pesquisador da organização Desinstitute, que atua pelo cuidado da saúde mental em liberdade, Lúcio Costa disse que, com a ausência do Ministério da Saúde, a instituição decidiu montar um painel com dados dos últimos 20 anos.

Os CAPs são serviços públicos de atendimento para pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo dependentes químicos de álcool e outras drogas. Costa lamentou ainda a suspensão, pelo governo federal, do Programa Nacional de Avaliação das Instituições Psiquiátricas no Brasil. Assim como outros debatedores, ele criticou a decisão do governo de priorizar investimentos em hospitais psiquiátricos e em comunidades terapêuticas em prejuízo dos Caps


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