Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, com a queda de internações por Covid-19 nas UTIs devido ao avanço da vacinação, estados e municípios estão retomando as cirurgias eletivas e consultas especializadas no SUS suspensas durante a pandemia. Em 2020, ao menos 1 milhão de cirurgias não urgentes foram suspensas na rede pública de saúde. Nos primeiros meses de 2020, as internações chegaram a cair 30% e as consultas especializadas, 64%. Só o município de São Paulo tem uma fila de espera por 130 mil cirurgias eletivas e 345 mil consultas com especialistas. Nesse município, as cirurgias gerais respondem por quase 40% do total da fila de espera. As mais demandadas são as de hérnias e de retirada de vesícula. Segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, os procedimentos cirúrgicos serão retomados a partir de 1º de agosto. “Hoje a maior pressão que nós temos são das demandas não relacionadas à Covid. A Covid a gente está conseguindo ter uma estabilidade devido ao impacto da vacinação.” Estados como Minas Gerais, Paraná, Ceará, Piauí, Mato Grosso já anunciaram a retomada desses procedimentos mas a decisão deve ser oficializada em assembleia do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) no próximo dia 28. Alguns, como o Ceará, estão retomando de forma escalonada e com critérios de prioridade. Na reunião do Conass, também deverá ser discutida a liberação de R$ 350 milhões para essas cirurgias. Trata-se de recurso alocado em cirurgias eletivas no orçamento de 2021 e ainda não utilizado. Nessa retomada das cirurgias eletivas, os gestores de saúde consideram que a telemedicina terá um papel crucial, especialmente nas consultas especializadas, que historicamente representam um grande gargalo no SUS. Para combater esse gargalo, há vários projetos em curso. Um deles é executado por um grupo de hospitais de excelência que fazem parte do Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde) e ajudam na regulação de filas de espera de consultas especializadas.
Revacinação de SP surpreende Estados e Ministério da Saúde
De acordo com coluna do jornal O Estado de S. Paulo, o anúncio de que São Paulo pretende iniciar a revacinação em janeiro próximo surpreendeu outros Estados e o Ministério da Saúde. Apesar de todos darem como certa a necessidade das campanhas anuais de vacinação contra a covid-19, ainda não há nada definido no âmbito federal, principalmente por conta da dúvida quanto à necessidade ou não de uma dose de reforço. Por ora, no Ministério da Saúde, não há conclusões sobre uma eventual dose de reforço da Coronavac, apesar de técnicos entenderem que sim. Por isso, há o questionamento: como seria a revacinação no caso de quem tomou reforço? De acordo com Nésio Fernandes, secretário da Saúde do Espírito Santo: “Entendemos que a partir do próximo ano haverá uma normalidade institucional dentro do SUS e essas definições se darão nacionalmente. Não vemos necessidade de os Estados terem protagonismo nesses temas”. Piauí, Rio Grande do Sul, Maranhão e Rio também aguardam uma definição do Plano Nacional de Imunização (PNI).
Ministério da Saúde decide manter intervalo de 3 meses entre doses da AstraZeneca e Pfizer
Após reunião do grupo técnico que assessora o Programa Nacional de Imunizações, o Ministério da Saúde decidiu manter a recomendação de intervalo de três meses entre a primeira e a segunda dose da vacina contra Covid da AstraZeneca e também da Pfizer. A medida, confirmada pela pasta à Folha de S. Paulo, ocorre em um momento em que diferentes estados têm anunciado que irão antecipar a aplicação da segunda dose de algumas vacinas, em especial a da AstraZeneca. O argumento dos estados seria aumentar a proteção contra possíveis novas variantes, como a delta. Especialistas, porém, apontam que não há consenso em torno da redução nestes casos. A decisão do ministério foi tomada na última sexta (16) e deve constar de documento técnico a ser enviado aos estados e municípios nos próximos dias. Questionado pela Folha, o ministério confirma que manterá a recomendação atual de 12 semanas de intervalo entre a primeira e a segunda dose desses imunizantes. De acordo com membros da pasta, apesar da recomendação, estados têm autonomia para tomar decisões, o que pode fazer com que alguns mantenham as medidas. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no entanto, tem criticado posições divergentes, afirmando que “rompem” o pacto nacional.
Brasileiros estudam uso de canabidiol para combater insuficiência cardíaca
Cerca de 2% da população mundial sofre de insuficiência cardíaca, uma doença grave e crônica que também é a causa de 27% das mortes de todo o Brasil. Pensando em um tratamento mais eficaz contra o problema, pesquisadores do InCor (Instituto do Coração), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), irão realizar o primeiro estudo científico envolvendo o canabidiol, de acordo com o Canal Tech. Edimar Bocchi, professor da FMUSP e diretor do Núcleo de Insuficiência Cardíaca do Incor, é o idealizador do estudo e já tinha acompanhado um paciente com insuficiência cardíaca que fazia o uso do CBD, antes mesmo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar a importação em 2015. O médico diz que o CBD pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes, por isso o novo estudo visa medir o impacto positivo do seu uso em tratamentos e avaliar quais são as mudanças no quadro clínico geral. “Até hoje não se tem notícia de nenhum estudo científico sobre o tema no mundo”, conta. A pesquisa conta com o apoio da empresa canadense de cannabis medicinal Verdemed, que irá começar em agosto o acompanhamento de um grupo de 105 pacientes do InCor, que sofrem com insuficiência cardíaca, por dois anos. Enquanto metade dos participantes irá receber uma medicação placebo, sem qualquer efeito, a outra metade irá receber 100 mg/ml do canabidiol da Verdemed.
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