C
om o objetivo de debater o atual quadro da Saúde
nacional e a atividade médica em seu contexto, a
Associação Médica Brasileira reuniu, no dia 31 de
julho, membros de sua Diretoria Plena, representantes
e presidentes de Sociedades de Especialidade e de asso-
ciações médicas estaduais.
O tema dominante do encontro foi o Programa
Mais Médicos, lançado pelo governo federal por meio
da Medida Provisória 621/13. Foram apresentadas su-
gestões e discutidas estratégias para contestar o plano
governamental.
“Precisamos estar unidos neste momento no sen-
tido de combater as agressivas ações do governo, que
trabalha no sentido de colocar a população contra os
médicos. Vamos mostrar que não é com a caneta, e
sim com ações, que se resolvem os problemas da Saú-
de deste país”, disse o presidente da AMB, Florentino
Cardoso, na abertura da reunião.
O Secretário-geral da AMB, Aldemir Soares, infor-
mou sobre a criação de um Comitê de Mobilização, in-
tegrado pelas entidades médicas nacionais – AMB, Con-
selho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional
dos Médicos (Fenam) e Associação Nacional dos Mé-
dicos Residentes (ANMR). “Preparamos uma série de
orientações dirigidas aos médicos e também à popula-
ção, no sentido de esclarecer pontos importantes deste
programa”, disse Soares, que, ao lado de José Bonamigo e
Diogo Sampaio, representa a AMB no Comitê.
O advogado da AMB, Carlos Michaelis, expli-
cou em detalhes as diversas ações impetradas na Justi-
ça pelas entidades médicas nacionais contra o programa:
AMB debate programa
Mais Médicos
com federadas e
Especialidades
Saúde Pública
duas por parte da AMB, uma pelo CFM e outra pela Fe-
nam, além da apresentada pelo deputado Jair Bolsonaro.
“Qualquer leigo percebe inconsistências e ilegalida-
des nessa Medida Provisória”, acrescentou o 1º Tesou-
reiro, José Bonamigo.
Emvisita à AMB, Serra e Barjas Negri questionamo
ProgramaMaisMédicos e a gestão pública da saúde
No mesmo dia, em visita à AMB, o ex-governador de
São Paulo, ex-prefeito da capital paulista e ex-minis-
tro da Saúde José Serra, juntamente com o também
ex-ministro da Saúde Barjas Negri, foi recebido pelo
presidente Florentino Cardoso. Eles vieram solidari-
zar-se com a posição da AMB frente à MP 621/2013.
Serra comentou sua insatisfação com o Programa
Mais Médicos, lançado pelo governo federal por
meio da Medida Provisória 621, e afirmou que se tra-
ta de uma manobra midiática e absurda satanizar os
médicos e colocá-los como responsáveis pelos pro-
blemas de saúde no Brasil. “Não é que falta médico. É
um problema de estrutura no país”, disse Serra.
Florentino Cardoso comentou esse momento
de confronto entre governo e médicos: “a culpa do
caos na saúde pública está sendo imputada aos mé-
dicos brasileiros e não podemos aceitar isso”. A solu-
ção defendida pela AMB para melhorar a distribuição
de médicos no Brasil é a criação de uma carreira pú-
blica federal para o médico da atenção básica no SUS.
As universidades federais também podem contribuir
muito com a interiorização da medicina.
Na ocasião, Serra também assinou uma propos-
ta de projeto de lei de iniciativa popular apresentada
pela AMB e várias outras entidades, que estabelece a
vinculação da despesa federal em Saúde para 10% da
receita corrente bruta (na pág. 20). Ressaltou que “o
importante é que aumenta o volume de recursos, pois
hoje o governo federal cobre apenas 44% das despe-
sas de saúde, enquanto estados e municípios cobrem
56%”, disse. “Não é possível que o setor de Saúde seja
objeto de troca-troca político para obtenção de bene-
f ícios de poder”, finalizou o ex-governador.
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César Teixeira
Federadas e Especialidades
reuniram-se na sede da AMB
Serra e Barjas Negri:
visita à AMB
Setembro/Outubro
2013 •
JAMB
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