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JAMB

DEZEMBRO DE 2002

8

Portaria 1188

Fruto de uma negociação que

já vinha se estendendo há mais

de um ano, a AMB, o CFM e ou-

tras entidades médicas, conse-

guiram uma conquista no sen-

tido de melhorar a qualidade na

assistência à saúde para a po-

pulação. No dia 26 de junho –

considerado histórico por toda

a classe médica – o ministro da

saúde, Barjas Negri, assinou, na

sede da AMB, em Brasília, a

portaria nº 1.188, garantindo

novos valores para consultas

médicas realizadas no SUS –

Sistema Único de Saúde.

A portaria, entrou em vigor

no dia 1 de julho, e reajustou em

196% o valor das consultas

especializadas e dos atendimen-

tos médicos realizados pelo

SUS. O novo valor passou de

R$ 2,55 para R$ 7,55, quantia

que se encontrava inalterada

desde 1996. As consultas de ur-

gência e emergência também

foram reajustadas, passando de

R$ 3,16 para R$ 8,16; as con-

sultas com observação do pa-

ciente aumentaram de R$ 7,47

para R$ 12,47; e as ortopédicas

com imobilização provisória

subiram de R$ 6,91 para

R$ 10,00. Além da recomposi-

ção nos valores, o Ministério da

Saúde também criou o PCE –

Piso para Consultas Especia-

lizadas, no valor de R$ 3,39,

com o objetivo de garantir mais

recursos para o gasto per capita

no atendimento ambulatorial.

Duas semanas após o anúncio

P

RESTAÇÃO DE CONTAS

José Serra recebe as propostas das entidades médicas

da recomposição no valor das

consultas, o Ministério da Saú-

de divulgou novos valores para

reajuste na tabela do Sistema

Único de Saúde. O aumento de

30%, em média, atingiu 1.127

dos 1.967 procedimentos cirúr-

gicos que compõem a tabela do

SUS e que não haviam sido re-

ajustados em até 50% nos últi-

mos oito anos. O cálculo dos

honorários médicos também foi

modificado, com aumento de

até 60% em alguns valores.

A Associação Médica Brasileira, o Conselho

Federal de Medicina, a Federação Nacional dos

Médicos e a Confederação Médica Brasileira

apresentaram, durante o II Congresso Brasileiro

e III Congresso Paulista de Política Médica, a

“Carta dos médicos brasileiros aos candidatos

nas eleições de 2002”. O documento é uma pro-

posta básica contendo algumas sugestões da

classe médica para o aprimoramento do setor de

saúde no País.

Dos quatro candidatos à presidência da Re-

púb l i ca conv i dados a pa r t i c i pa r do even t o ,

Anthony Garotinho (PSB), Ciro Gomes (PPS), Luís

Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB), ape-

nas o candidato do PSDB compareceu. O candidato

Luís Inácio Lula enviou o deputado federal Arlindo

Chinaglia como seu representante, sendo que a proposta

também foi encaminhada aos demais candidatos.

Propostas para a Saúde

Na sede da AMB em Brasília, o ministro da Saúde Barjas Negri assinou a portaria reajustando honorários para consultas no SUS

A ação cautelar impetrada pela

AMB junto ao Supremo Tribunal

Federal (STJ) questionando a in-

terpretação do Ministério da Fa-

zenda e da Advocacia Geral da

União (AGU) em relação à Pro-

posta de Emenda Constitucional

29, mais conhecida como PEC da

Saúde, que prevê a vinculação de

novos recursos para o cálculo do

orçamento da União no setor, foi

uma importante conquista para a

população brasileira que depende

do Sistema Único de Saúde.

AMB e governo interpreta-

ram o texto da Emenda de for-

ma distintas. O ponto de diver-

gência foi o art. 75 da emenda,

que estabelece que no ano de

2000 os recursos a serem apli-

cados na Saúde pela União de-

veriam ser equivalentes ao mon-

tante empenhado em 1999,

acrescido de, no mínimo, 5%. De

2001 a 2004, o montante deve

ser equivalente ao empenho no

ano anterior, corrigido pela va-

riação nominal do Produto Inter-

no Bruto (PIB). Em 2000, o

orçamento empregado foi de

R$ 204 bilhões, 10,9% maior

que o de 1999. Entretanto, o pa-

recer da Procuradoria da Fazen-

da Nacional, acolhido pela Ad-

vocacia Geral da União, e, na

época aprovado pelo presidente

da República, interpretou que, já

corrido o ano de 2000, para a

composição de 2001, deveriam

ser acrescentados apenas 5%,

desprezando-se o crescimento de

10,9% ocorrido entre 1999 e

2000. Tal decisão, segundo a

AMB e outras entidades médi-

cas, significou uma perda de

R$ 1,2 bilhão apenas no ano de

2001. Se fosse mantida essa in-

terpretação equivocada, seria

responsável pela perda de quase

R$ 6 bi na área da saúde até o

ano de 2004. Por isso, na época,

a Associação Médica Brasileira,

com o apoio de entidades médi-

cas nacionais e da Ordem dos

Advogados do Brasil, questio-

nou a decisão entrando com uma

Ação Direta de Inconstitucio-

nalidade. Em março deste ano,

um despacho do presidente

Fernando Henrique Cardoso

acabou revogando a decisão.

PEC da

Saúde