AMB discute Ensino Médico em simpósio da ANM - AMB

AMB discute Ensino Médico em simpósio da ANM

Na foto, da esquerda para a direita: Acad. Giovanni Cerri, Secretário-Geral Acad. José Galvão-Alves, Presidente Acad. Francisco Sampaio, Ex-Presidente Acad. Pietro Novellino e o Presidente da AMB, Prof. César Eduardo Fernandes

A Academia Nacional de Medicina (ANM) liderou discussão sobre o Ensino Médico no Brasil em mais um simpósio, na última quinta-feira (06). Organizado pelo Acadêmico Giovanni Cerr e com a participação do presidente da AMB, Professor César Eduardo Fernandes, as palestras foram conduzidas por experts na área e que expressaram a preocupação com os cursos de medicina atualmente. “Eu vejo que, para a ANM, é fundamental discutir a questão de ensino médico, conteúdo, qualidade, especialização e é o que vamos fazer aqui nesse novo simpósio”, afirmou o Acadêmico Cerri.

A tecnologia foi o assunto que abriu o simpósio durante a apresentação do Acad. José J. Camargo, O Cirurgião na Era da Tecnologia, em que foi pontuado os impactos positivos do uso da tecnologia na área de saúde, bem como os negativos, como a falta de individualidade entre a equipe e o paciente, e a impessoalidade. O Acadêmico abordou o uso da Inteligência Artificial e da telemedicina atualmente, e a necessidade da introdução de humanidades nos cursos de medicina. “O médico nunca será substituído porque a medicina de verdade se alimenta de compaixão”, finalizou o Acad. José J. Camargo.

O tema sobre novas tecnologias e ferramentas no ensino médico continuou durante a apresentação do professor José Knopholz sobre o tema O Papel da Simulação na Formação Médica.

O Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Professor César Eduardo Fernandes esteve presente durante o simpósio para expor a Visão da AMB sobre o Momento Atual do Ensino Médico no País e responder questões relevantes sobre o assunto, principalmente o número de médicos no país. A apresentação mostrou que o problema não está no número de médicos por habitantes no Brasil, e sim, pelo crescimento exponencial de escolas médicas. “O grande boom se deu entre 2011 e 2018. 133 escolas foram abertas, a maioria no segmento privado e vindo do programa Mais Médicos”, explicou o Presidente, que exibiu também as principais estatísticas sobre a população médica, como gênero, distribuição geográfica e especialidade mais frequentes, e ainda expôs as mudanças que precisariam ser feitas.

As apresentações seguintes abordaram a visão das universidades sobre o ensino. A Professora Patricia Tempski, da Universidade Federal de São Paulo (USP), ministrou o tema Qualidade na Formação Médica, em que abordou as principais características que fazem da escola médica suficientemente boa.

Em seguida, o Acadêmico Roberto Medronho, Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ministrou a palestra sobre o Programa MD – PhD: Formando Pesquisadores na Área Médica, um projeto feito pela UFRJ com o intuito formar mais pesquisadores no Brasil e estabelecer um programa de pós-graduação nos cursos de medicina.

Após o intervalo, o Diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, Professor Alberto Schanaider, apresentou o tema Desafios aos Docentes e Discentes no Ensino e Aprendizagem, em que foram exibidos os conflitos relevantes sofridos pelo corpo docente da universidade e os principais motivos para a desvalorização da carreira.

Em relação às avaliações feitas durante o curso, o Professor Carlos Collares, da Universidade Federal de Santa Catarina, apresentou o tema Avaliação em Educação Médica Baseada em Evidências, no qual abordou o formato de aplicação dos exames, explicando a fórmula da utilidade dos instrumentos de avaliação. Os diferentes formatos de avaliação também foram debatidos, assim como o seu impacto educacional.

Finalizando as apresentações do simpósio, o Professor Milton Arruda, da USP, ministrou o tema O Presente e o Futuro das Escolas Médicas Brasileiras, abordando a situação e a qualidade dos cursos de medicina no Brasil, as questões que envolvem as vagas, tanto as ociosas quanto as que são rapidamente preenchidas, principalmente no interior do país. O professor explicou como estará essa situação no futuro, como os novos recursos podem ser aliados, e previniu: “Não devemos ter medo do futuro e das novas tecnologias, mesmo que seja muito diferente do presente.”
Para assistir o simpósio na íntegra, clique aqui e aqui.

Fonte: Academia Nacional de Medicina