Na última terça-feira, dia 3, o presidente da AMB, Dr. César Eduardo Fernandes participou do I Fórum sobre o Uso de Esteroides Androgênicos Anabolizantes promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo foi colocar em discussão diferentes aspectos relacionados à essas substâncias e definir propostas para controlar excessos em sua prescrição ou uso indevido.  

Entre outros temas, foram debatidos o uso da terapia de reposição com testosterona em pacientes com obesidade (apresentado por Rodrigo de Oliveira Moreira, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), distúrbio androgênico do envelhecimento masculino (apresentado por Rodrigo Barros de Castro, da Sociedade Brasileira de Urologia) e Síndrome do Desejo Sexual Hipoativo (abordado por Maria Celeste Osório Wender, presidente da Federação Brasileira da Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo).

No início de sua apresentação, o presidente da AMB ressaltou a importância da atualização do título de especialista e deu como exemplo sua própria trajetória profissional, quando obteve seu título de especialista em Ginecologia em 1978, porém nunca mais foi exigido que se comprovasse suas competências na  especialidade. “Essa é uma mácula da especialidade médica brasileira e acredito que o CFM deve se debruçar sobre essa questão. Título de especialista deve ter um certificado de atualização, como acontece nos EUA e em países europeus“, explicou.

Em sua avaliação essa preocupante situação impacta diretamente na atuação dos médicos no país, pois muitos acabam sendo influenciados pelas mídias sociais, que oferecem novas formas de tratamento. E quando ele não se atualiza, não se moderniza ou frequenta congressos, pode ser seduzido por essas campanhas de marketing, principalmente nas redes sociais. “Temos que nos preocupar com a formação do médico e do especialista, e mais do que isso com a certificação da atualização do título de especialista, é nisso que estamos trabalhando na AMB, que congrega 54 sociedades de especialidades“.

Dr. César sinalizou ainda grande preocupação com a prescrição indiscriminada, abusiva e criminosa de receitas de anabolizantes. Ele avalia que há uma situação de “pseudo especialistas”, que se autodenominam “hormonologistas” e “prescritores de sorologias”.  

Por fim, propôs a criação de um grupo de trabalho entre a AMB, CFM e sociedades de especialistas, que proponha uma diretriz brasileira sobre esteroides androgênicos e anabolizantes. “Temos que ter como foco a criação de um sistema de vigilância  para coleta de eventos adversos, propor ações no parlamento e no judiciário sobre o tema”,  concluiu

Outro tema de destaque foi o doping no alto rendimento. Participaram Adriana Taboza de Oliveira, presidente da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que falou sobre o movimento antidopagem e o papel da ABCD e da Agência Mundial de Antidoping (WADA – World Anti-Doping Agency) na edição da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos.

Assista o vídeo completo do I Fórum sobre o Uso de Esteroides Androgênicos Anabolizantes, clicando aqui.