PRINCIPAIS QUESTÕES SOBRE O CASO
1) A mandante ou orquestradora da fraude, com os diversos modi operandi, foi a própria funcionária demitida?
A AMB não acredita nessa tese. Os sofisticados esquemas envolviam uma série de conhecimentos e a AMB desconhece que a ex-funcionária possuísse todos eles.
2) A funcionária demitida fez tudo sozinha?
Até o momento foram identificadas pelas autoridades mais de 20 pessoas físicas e/ou jurídicas que atuaram em conluio com a ex-empregada.
3) Houve envolvimento de outras pessoas da AMB nas fraudes?
Somente as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, que contam com mecanismos mais contundentes de investigação, poderão dizer se havia ou não envolvimento de outras pessoas da AMB, sejam elas funcionários ou diretores, de qualquer uma das gestões do período em que a funcionária trabalhou na entidade.
4) Por que a ex-funcionária confessou a fraude à AMB?
A confissão não foi determinante para o desdobramento do caso, pois a participação dela é comprovada pela quantidade de recursos que foram transferidos de forma fraudulenta para contas em seu nome, em nome de empresas em que é sócia e em nome de familiares.
Confessar, provavelmente, foi uma tentativa de interromper o processo de apuração interna, limitando-se ao volume confessado. E justificando-se que devolveria os recursos.
5) Quando a atual diretoria foi informada sobre os desvios?
Após a primeira suspeita, em 22/06/2018. A entidade imediatamente iniciou processo interno de investigação, já com os levantamentos iniciais demitiu a funcionária e logo a seguir contratou a auditoria da KPMG e a assessoria jurídica especializada em causas trabalhistas e criminais.
6) Desde quando a ex-empregada trabalhava na AMB?
A ex-empregada trabalhava na AMB há quase 30 anos e desfrutava de significativo grau de confiança das diversas diretorias que passaram pela AMB nesse período. Angariou uma posição-chave na entidade, inclusive na interlocução com Sociedades de Especialidade e Federadas da AMB. O nível de confiança depositado nela era tão grande que foram localizados em suas gavetas diversos cheques antigos assinados em branco, de conta aberta em 2001.
7) Quais são as provas ou indícios do protagonismo da ex-funcionária?
O principal é o destino dos recursos desviados. Praticamente na sua totalidade os recursos foram enviados para as contas da ex-funcionária ou para contas de empresas em seu nome e/ou em nome de familiares, provas inequívocas de seu protagonismo nos benefícios que obteve.
8) Quais eram os modi operandi?
Na Fase 1 da auditoria foram identificados quatro modi operandi, três deles envolvendo uma conta da AMB no Banco do Brasil, aberta em outubro de 2001. A ex-funcionária fraudava extratos bancários, comprovantes de transferência, boletos e outros documentos bancários, além de falsificar as assinaturas de gestores da AMB, bem como utilizar assinaturas digitalizadas. O detalhamento completo dos modi operandi está no site www.amb.org.br/fraude50milhoes, que também pode ser acessado pelo QR Code ao final.
9) Havia envolvimento de bancos?
Possivelmente. Os sistemas de controles dos bancos são bastante sofisticados, dada a natureza de seu negócio. Surpreende-nos terem sido aceitos documentos ou permitirem sua elaboração sem que tenham percebido e auditado.