JAMB
DEZEMBRO DE 2002
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Nesta e nas próximas duas
páginas, o Jamb apresenta
um resumo das principais ações
desenvolvidas pela AMB
em 2002. Muita coisa foi feita
e expressivas vitórias foram
conquistadas, beneficiando
não só a classe médica,
mas a população que
depende unicamente da
assistência pública.
P
RESTAÇÃO
DE CONTAS
Piores Planos de Saúde
Amil e Golden Cross foram os
planos mais citados pelos médicos
na pesquisa nacional realizada pelo
Instituto DataFolha, encomendada
pelaAssociação Médica Brasileira,
Conselho Federal de Medicina,
Federação Nacional dos Médicos,
Confederação Médica Brasileira,
Conselho Regional de Medicina de
São Paulo e Associação Paulista de
Medicina, que procurou elencar os
três piores planos de saúde no País.
A pesquisa indicou também que
44% dos médicos brasileiros acham
os planos ruins/péssimos, outros
44% consideram regular, 11%
qualificam como bons e apenas 1%
entende como ótimos. Em uma
escala de 0 a 10, a média dada pe-
los médicos aos planos foi de 4,66.
O resultado da pesquisa foi divul-
gado durante o Congresso de Políti-
ca Médica, realizado em São Paulo,
e além da classificação dos três pio-
res planos em cada Estado (disponí-
vel no site da AMB
(www.amb.
org.br), trouxe outros números: 90%
dos médicos brasileiros trabalham
A Associação Médica Brasilei-
ra apresentou ao Conselho Cientí-
fico, em reunião realizada na sede
da entidade, no dia 17 de outubro,
a nova metodologia empregada na
elaboração da Classificação Hie-
rarquizada de Procedimentos Mé-
dicos: a separação dos quase 5 mil
procedimentos em 14 portes sub-
divididos em níveis A, B e C, tota-
lizando 42 portes.
A nova metodologia também
agrupou todos os procedimentos em
quatro blocos: procedimentos
ambulatoriais, hospitalares, cirúrgi-
cos e SADT. Em relação a este últi-
mo, o custo operacional foi des-
vinculado do procedimento. Esse
trabalho, já finalizado pela Fipe -
Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas, foi entregue para as
Especialidades, que terão a oportu-
nidade de revisar os seus procedi-
mentos e avaliar os relacionados as
demais Sociedades.
Com essa nova metodologia, a
Associação Médica Brasileira es-
pera eliminar possíveis distorções
e garantir maior flexibilização na
época de sua implantação. Após o
processo de avaliação por parte das
Sociedades de Especialidade, aAs-
sociação Médica Brasileira preten-
de encaminhar a Classificação Hie-
rarquizada para todos os segmen-
tos da sociedade diretamente en-
volvidos no processo: operadoras
de saúde, órgãos de defesa do con-
sumidor, Agência Nacional de Saú-
de Suplementar, CADE - Conselho
Classificação Hierarquizada
Administrativo de Defesa Econô-
mica.Somente após essa etapa é
que as entidades médicas nacio-
nais, incluindo as áreas con-
selheiral e sindical, estarão se reu-
nindo para discussão específica so-
bre os valores a serem determina-
dos e definição de estratégias para
a implantação do trabalho. O
cronograma inicial da Associação
Médica Brasileira prevê a coloca-
ção da Classificação Hierarquizada
para consulta pública em feverei-
ro, e o processo de implantação já
a partir de 2003.
A idéia de elaborar uma Lista
de Procedimentos Médicos tecni-
camente correta, equânime, com
assessoramento de instituições
econômicas experientes e com a
chancela da AMB e do CFM e
com ênfase para o ato médico,
surgiu em março de 2000, duran-
te Planejamento Estratégico da
AMB. A partir daí, foi instalada a
Comissão de Metodologia, que é
o grupo formado por representan-
tes da AMB, CFM, Fipe e 13 So-
ciedades de Especialidade. A Co-
missão Nacional de Honorários
Médicos também passou a inte-
grar o trabalho, porém com atua-
ção estritamente técnica.
O projeto foi desenvolvido em
três etapas: na primeira, a Fipe
classificou e hierarquizou os va-
lores dos honorários médicos; na
segunda, foram valorados SADT
e na terceira elaborado um levan-
tamento entre três mil profissio-
nais sobre o valor da consulta
médica. Em relação aos honorá-
rios, foram promovidas reuniões
com todas as Especialidades a fim
de classificar os procedimentos.
Para a hierarquização dos custos
envolvendo SADT, foram consi-
derados os custos fixos, de equi-
pamento e pessoal técnico e tam-
bém de insumos. Após o confron-
to dos itens entre as áreas clínica,
cirúrgica e de SADT, concluiu-se
que no ato médico o tempo é o
fator mais importante, porém os
demais atributos, como qualifica-
ção do profissional, complexida-
de, insalubridade, etc, também
foram levados em consideração.
para planos de saúde, sendo que cada
um atende, em média, 11,3 planos.
Apesquisa, que apresentou margem
de erro de 2 pontos percentuais e
nível de confiança de 95%, foi rea-
lizada junto a 2.160 profissionais em
todo o País, e para atribuir nota à
operadora do plano de saúde foram
considerados três requisitos: interfe-
rência do plano na autonomia médi-
ca, burocracia para o usuário conse-
guir atendimento e pagamento de ho-
norários. Dos entrevistados, 93%en-
tendem que os planos interferem na
autonomia médica: 82,2% indicam
restrições a doenças preexistentes;
72,2% apontam para glosas de pro-
cedimentos oumedidas terapêuticas;
69,1% assinalam atos diagnósticos
e terapêuticos mediante designação
de auditores; 64% relacionaram ao
tempo de internação dos pacientes e
45% citaram o período de internação
pré-operatório como interferência
em sua autonomia. Entre os profis-
sionais pesquisados, 66% eram dos
sexo masculino, com média de ida-
de de 43 anos. Em relação às espe-
cialidades, os percentuais predomi-
nantes dos entrevistados foram:
ginecologistas (15,5%), pediatras
(13,7%) e clínico geral (9,6%).
Coletiva de imprensa na AMB: alerta aos planos de saúde
Dando seqüência a uma antiga
luta das entidades médicas, que
arrasta-se desde a década de 60, e
ao cumprimento de ações definidas
no planejamento estratégico AMB/
CFM, a abertura de novas escolas
médicas foi o tema de cinco fóruns
regionais realizados no mês de abril
deste ano sob a coordenação da
Associação Médica Brasileira.
Os fóruns foram realizados pelas
Federadas da AMB nas cidades de
Curitiba (17/4), Belo Horizonte
(20/4), Belém (22/4), Brasília
(24/4), Salvador (26/4) e obedece-
ram a um programa preestabelecido,
aprovado pelo Conselho Deliberati-
vo da entidade, constando de três
temas básicos: 1) Fatores condicio-
nantes à abertura de novas escolas
de medicina (Aspectos políticos,
institucionais e de mercado de tra-
balho); 2) Aspectos jurídicos (Defi-
Escolas Médicas
nição de competências da União e
dos Estados para legislar sobre a
questão; legitimidade da intervenção
das entidades médicas no processo);
3) Estratégias de ações político-
institucionais para criar ou mudar a
lei (definição de requisitos mínimos
para a criação, autorização de fun-
cionamento e reconhecimento de
novos cursos de graduação em me-
dicina; estabelecimento de normas
de acompanhamento e avaliação dos
cursos existentes). Um fórum nacio-
nal foi realizado em São Paulo, no
mês de junho, quando se reuniu num
documento final todas as propostas
apresentadas durante as discussões
regionais. As propostas foram enca-
minhadas ao deputado federal Rafael
Guerra, relator do projeto de lei já
em trâmite no Congresso Nacional
que regulamenta a abertura de
novas escolas na área da saúde.
Fórum regional realizado em Belo Horizonte: propostas
para regulamentar a abertura de escolas médicas