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E

spondilolistese

degenerativa

:

tratamento

cirúrgico

R

ev

A

ssoc

M

ed

B

ras

2014; 60(4):400-403

401

ponto de vista funcional, com 4 anos de acompanhamen-

to (

B

).

7

Recomendação

Após 12 semanas de insucesso do tratamento conserva-

dor, o tratamento operatório é opção na abordagem des-

ses pacientes (

B

).

É

necessário

submeter

o

paciente

à

artrodese

com

uso

de

parafusos

pediculares

rígidos

(

não

dinâmicos

)?

Os ensaios citados a seguir analisaram o valor da fusão

como tratamento da estenose espinal associada em um

ou dois níveis à espondilolistese degenerativa.

Herkowitz e Kurz estudaram a artrodese não instru-

mentada isolada e mostraram que a fusão produzia me-

nos dor radicular (nos membros inferiores) e resultado

clínico superior, segundo a avaliação do cirurgião (

B

).

8

Bridwell et al. compararam a fusão instrumentada com

a não instrumentada. Os pacientes submetidos à fusão

instrumentada tiveram menor progressão da espondilo-

listese e melhora na capacidade de andar (

B

).

9

A obtenção

de fusão sólida foi associada à melhora subjetiva. Ambos

os trabalhos têm limitações metodológicas: o grupo-con-

trole era pequeno (

B

).

8,9

Fishgrund et al.

10,11

estudaram, em ensaio randomi-

zado, o efeito da instrumentação nos desfechos da es-

pondilolistese artrodesada ou não. Os autores conside-

raram que a instrumentação aumentou a taxa de fusão,

mas não melhorou os desfechos clínicos (

B

).

10,11

Esses es-

tudos forneceram evidência conflitante, segundo a qual a

instrumentação produziria melhora clínica significativa.

Recomendação

A instrumentação é opção no tratamento da espondilo-

listese degenerativa para aumentar a chance de obtenção

sólida e melhorar os desfechos clínicos (

B

).

O

uso

de

substitutos

ósseos

do

tipo

BMP

(

bone morphogenic

protein

)

é

eficaz

e

seguro

na

artrodese

lombossacral

?

Em relação à taxa de fusão, dois estudos

12-14

compararam

o uso de osteoindutores (BMP) ao enxerto de ilíaco em

pacientes com espondilolistese degenerativa (único ní-

vel), tratados por meio da descompressão neural e artro-

dese intertransversa sem instrumentação, com resulta-

dos clínicos e radiográficos semelhantes (

B

). Entretanto,

existem numerosas publicações e relatos de casos sobre

complicações decorrentes do uso do BMP, como reabsor-

ção óssea a osteólise, migração de

cage

/enxerto, ossifica-

ção heterotópica, radiculite, formação de anticorpos es-

pecíficos e hematomas.

15

Estudos prospectivos e

randomizados serão necessários para a elucidação das

melhores indicações clínicas e dosagens seguras para o

uso do BMP na coluna lombossacral.

Recomendação

Em razão do pequeno número de estudos sobre o BMP e

do elevado número de complicações decorrentes do seu

uso, não foi possível recomendar sua utilização de roti-

na no tratamento desses pacientes.

Q

ual

é

o

estudo

diagnóstico mais

indicado

nesta

situação

clínica

?

A radiografia simples em posição ortostática determina

o diagnóstico e a porcentagem de escorregamento da es-

pondilolistese degenerativa. Pela disponibilidade na gran-

de maioria dos hospitais e por não ser invasiva, é o pri-

meiro exame subsidiário indicado (

C

).

16,17

A radiografia

simples da coluna vertebral é eficaz para avaliação do ar-

cabouço ósseo da coluna vertebral e deve ser realizada na

posição ortostática, por ser mais fidedigna na identifica-

ção da altura do disco intervertebral, da lordose lombar

e do grau de escorregamento entre as vértebras. A radio-

grafia simples na incidência em anteroposterior também

permite a avaliação da morfologia das facetas articulares.

A radiografia em perfil também permite a avaliação dinâ-

mica da estabilidade da coluna com estudos em flexão e

extensão máximas da coluna lombossacral (

C

).

22

A tomografia computadorizada é mais sensível e es-

pecífica na identificação do estreitamento do canal verte-

bral do que a radiografia simples, porque permite a visu-

alização do canal vertebral no plano axial. A mielografia/

mielotomografia é mais específica do que a tomografia

e é importante para a identificação da estenose do canal

vertebral em pacientes com espondilolistese degenerativa

e sintomas neurológicos. No entanto, é um exame pou-

co utilizado porque é invasivo e está associado a efeitos

adversos, secundários à radiação ionizante e à injeção de

contraste (

C

).

18,19

Na presença de estenose lombar sintomática, o exame

radiológico mais sensível e específico é a ressonância mag-

nética (RM), que permite a visualização das partes moles

da coluna vertebral. A RM é o estudo mais acurado para

análise da anatomia patológica do estreitamento do ca-

nal vertebral – produzido por prolapso do disco inter-

vertebral, hipertrofia do ligamento amarelo, hipertrofia

das articulações zigoapofisárias e escorregamento entre

as vértebras com arco vertebral intacto (

C

).

20

A mielogra-

fia dinâmica e a mielotomografia podem ser indicadas