Médico generalista é o especialista que mais atende pacientes hipertensos
Ainda na manhã do primeiro dia do 2º Congresso de Medicina Geral da AMB, tivemos uma mesa redonda na qual o tema abordado foi o “Atendimento à hipertensão para o médico generalista”. A conversa foi liderada por Ricardo Pavanello e José Rufino da Costa Santos, coordenadores da Sociedade Brasileira de Cardiologia de São Paulo e do Pará, respectivamente.
300 mil pessoas morrem anualmente por doenças cardiovasculares
Dr. Celso Amoedo, que é Vice-Presidente da Sociedade Interamericana de Cardiologia, abriu o painel apresentando os objetivos da avaliação clínica e laboratorial destacando que o médico generalista é o profissional que mais atende o paciente de hipertensão num país onde 300 mil pessoas vão a óbito todos os anos devido a doenças cardiovasculares.
“De todas as mortes por acidente vascular cerebral (AVC), 80% sofriam de hipertensão, e entre aqueles que a causa do óbito foi doença arterial coronariana (DAC), 60% eram hipertensos”, alertou Amoedo trazendo dados científicos e ao listar suas recomendações para o protocolo de tratamento também citou a aferição da pressão arterial como ponto de atenção. “O ideal são duas a três medidas, se possível em pé e deitado, durante uma consulta. Infelizmente, as consultas curtas pressionadas pelos convênios impedem uma aderência adequada ao tratamento”.
36 milhões de adultos são hipertensos no Brasil
Em seguida, o Dr. Walter Emanoel Magalhães Rocha, cardiologista que é Coordenador de Residência da Cardiologia do HC-Unicamp e da clínica médica e emergência do Hospital Estadual do Sumaré, além de Coordenador Docente da Liga de Cardiologia da Unicamp, falou sobre a escolha entre tratamentos medicamentoso e não medicamentoso da doença crônica mais prevalente do mundo. No Brasil, são 36 milhões de adultos maiores de 18 anos que são hipertensos.
Também destacou que o maior fator de risco do AVC é a hipertensão, contudo, relembrando a importância da investigação de outros indicadores. “No prontuário não podemos classificar um paciente apenas como hipertenso, mas devemos identificar outros fatores de risco para o AVC como a idade, sexo, tabagismo, obesidade, debates e histórico familiar”, destaca o cardiologista.
O médico ainda acrescentou que “recomendação e acompanhamento de mudanças no estilo de vida, ou seja, o tratamento não medicamentoso, deve ter uma valorização no atendimento tão grande quanto o tratamento medicamentoso, como controle do peso, do sedentarismo, do tabagismo, so sono, padrão alimentar e, por fim, da espiritualidade”.
Identificação dos tipos de crises hipertensivas
Quem completa a mesa e faz a última fala foi a Dra. Maria Teresa Nogueira Bombig, Prof. Assistente Doutora da Disciplina de Cardiologia no setor de Cardiopatia Hipertensiva da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Ela foi responsável em trazer para o tema a discussão sobre o atendimento da urgência e emergência hipertensiva no pronto socorro. Destacou os indícios e perfis que diferenciam e identificam cada um dos dois tipos de crises hipertensivas para a decisão de tratamento, combinação medicamentosa e indicação de internação em Unidade de Tratamento Intensivo.
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