Quadro nutricional pode se evoluir para quadro psiquiátrico grave com consumo de álcool, drogas e até tentativa de suicídio
A roda de conversa “Nutrologia”, promovida pela Sociedade Brasileira de Nutrologia, teve coordenação de Dr. Durval Ribas Filho, Prof. Titular Nutrologia Faculdade de Medicina Fundação Padre Albino (UNIFIPA/ FAMECA/SP) e Dr. Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho, 2º Vice-Presidente da AMB na gestão 2024/2026.
Abrindo a palestra, a nutrologista Profa. Dra. Sandra Fernandes, começa apresentando como as redes sociais potencializaram a chamada ditatura da magreza e da beleza, principalmente nas mulheres, que tem esse tipo de estímulo mais voltado ao peso. Apesar de já começarmos a ver diferentes corpos, como modelos plus size em capas de revista e na mídia como um todo, ainda é preocupante a busca pela magreza excessiva.
“Estar constantemente em dieta, um autocontrole em excesso com alimentação, indica uma pré-disposição aos transtornos alimentares. É essencial criarmos uma relação saudável com a alimentação, desde a infância, e não ficar apenas contando as calorias”, disse a Dra. Sandra.
Entre os pacientes de transtorno alimentar, 90% são mulheres, sendo os mais comuns a anorexia e a bulimia nervosa. Além disso, o conhecimento científico aponta que o início do problema começa na maioria das vezes por volta dos 17 anos. Contudo, a palestrante lembra que já teve pacientes com 9 e 12 anos de idade. Pelo simples fato de estar na adolescência, as jovens foram incluídas na considerada população de risco devido sua busca pelo corpo perfeito mostrado pelos filtros nas fotos das redes sociais.
Além das adolescentes, também fazem parte do grupo de risco outros perfis, como atletas em busca de altíssimo rendimento, pessoas em dieta constante e aquelas que comem compulsivamente, neste caso, tendo a obesidade como efeito do transtorno alimentar.
Principalmente no caso das adolescentes, é preciso atenção aos indícios de que existe um transtorno alimentar, como emagrecimento, medo de ganhar peso, comportamentos purgativos, interrupção da menstruação e excesso de exercícios físicos. “Não é só um quadro nutricional, mas pode se tornar um quadro psiquiátrico grave que leva ao consumo de álcool, drogas e até a tentativa de suicídio”, alertou a palestrante.
Terapia nutricional no diabetes
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Glicemia elevada é o terceiro fator de mortalidade prematura além de todas as suas complicações. Como outras doenças crônicas, a melhor prevenção e tratamento para o diabetes é a mudança do estilo de vida, principalmente no que diz respeito ao hábito alimentar. Por isso, a Dra. Eline de Almeida Soriano, nutróloga e Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, trouxe o tema para a sua participação na palestra.
“Individualizar a terapia nutricional para o paciente de diabetes aumenta muito a adesão ao tratamento e às recomendações do médico para a reeducação alimentar. É preciso adaptar o plano à rotina do paciente”, destacou a palestrante em uma de suas recomendações aos profissionais presentes.
Ela também listou alguns itens da última diretriz para a terapia nutricional para o diabetes como a perda de peso na pré-diabetes para não evoluir para a doença e no caso de sobrepeso ou obesidade, consumo de 25 a 35g de fibras diárias, redução de bebidas industrializadas com açúcar adicionado, dieta balanceada e abordagens nutricionais melhoram controle glicêmico, acompanhamento individualizado multiprofissional, entre outros.
Dr. Durval Ribas Filho trouxe para a roda de conversa a importância do tratamento farmacológico associado às mudanças de estilo de vida, como forma comprovada cientificamente de manter efeitos de perda de peso a longo prazo, apresentando inovações nos fármacos disponíveis atualmente no mercado e os que estão com aprovação eminente para prescrição.
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