Todo médico vai atender em algum momento uma queixa de tontura
“O Paciente com Queixa de Tontura” foi um dos casos clínicos debatidos no segundo dia do 2º Congresso de Medicina Geral da AMB. A Dra. Mônica Alcantara de Oliveira Santos, Professora Assistente Da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Médica Assistente do Hospital do servidor Público Estadual – IAMSPE, abriu a palestra destacando que “todo médico vai atender em algum momento uma queixa de tontura”.
A otorrinolaringologista trouxe para a apresentação o caso de uma senhora de 51 anos que se queixava de tontura rotatória apenas quando se virava na cama para desligar o abajur, com pouca náusea, sem vômito e que negava fobia do escuro.
“Na investigação foi identificado que, quando no silencio, ela ouvia um zumbido (apito fino), negava perda auditiva, sofria de cefaleia de fraca intensidade quase diariamente”, destacou Dra Mônica que deu o diagnóstico da paciente como Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) com necessidade de aplicação de manobra de reposicionamento.
Participaram da palestra colaborando com explicações sobre o tratamento da VPPB o Dr. Ricardo Schaffeln Dorigueto, Coordenador do Programa de Fellowship em Otoneurologia e Eletrofisiologia vestibular do Hopital Paulista, e a Dra. Priscila Valéria Caus Brandão, Membro fundadora da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia.
“Durante uma crise, é preciso optar por um sedativo labiríntico”, Dra Priscila faz o alerta, para o atendimento por um profissional sem habilidade para aplicação de manobras liberadoras para vertigem paroxística que reposicionariam os cristais de carbonato de cálcio denominados otólitos ou otocônias para o seu lugar correto.
No caso da paciente do caso clínico apresentado, houve queixa de reincidência, porém a tontura mudou de características. Dessa vez, reclama de uma sensação de “cabeça oca” que sente há três anos e que piora nos dias em que também tem cefaleia. Neste caso, o possível diagnóstico apresentado pela Dra. Mônica seria um quadro de migrânea (enxaqueca) e começaria um possível tratamento administrando profilaxia.
O Dr. Dorigueto aproveitou a oportunidade para destacar que a reabilitação vestibular não é indicada para casos de crise, mas, sim, para os casos que já estão numa fase com sequelas. Enquanto isso, Dra. Mônica lembra que estão em um congresso de medicina geral e provoca a audiência sobre o que ainda está faltando no tratamento deste caso específico, principalmente. Num debate, chegaram à conclusão que a causa pode ser por diversos fatores que podem ser investigados, como estresse, privação de sono, pré-diabetes, distúrbios na tireoide, hábito alimentar com jejum prolongado, consumo excesso de café, efeitos colaterais de medicamentos administrados para outras doenças, entre uma lista bastante extensa de possibilidades.
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