Tudo que o médico generalista precisa saber sobre pancitopenia - AMB

Tudo que o médico generalista precisa saber sobre pancitopenia

No caso clínico de pancitopenia para generalistas, Mariana de Oliveira Marques, médica Hematologista do Ambulatório de Linfomas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explicou que a identificação da doença requer uma abordagem sistemática e abrangente, que o médico generalista deve ser capaz de reconhecer os sinais e sintomas, solicitar os exames laboratoriais apropriados e, quando necessário, encaminhar o paciente para um especialista para uma avaliação mais aprofundada e tratamento específico.

Luiz Eduardo Bento Martins Rizzo, Fellowship em Transplante de Medula Óssea e Onco-Hematologia no Hospital Nove de Julho – Dasa, e Juliana Fagioli Bombonatti Putz, médica hematologista pela Santa Casa de São Paulo, esclareceram que a pancitopenia é uma condição médica caracterizada pela diminuição de todos os tipos de células sanguíneas: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Para um generalista, identificar a pancitopenia envolve uma combinação de história clínica, exame físico e exames laboratoriais. Para configurar uma doença deve ser observado o número de neutrófilos, que constituem a maioria dos leucócitos no sangue periférico e na medula óssea, de forma que quase todos os casos de leucopenia ocorrem às custas de neutropenia.

Ainda chamaram a atenção para que se deve ter em mente que a pancitopenia não é um diagnóstico definitivo, mas, sim, uma condição que deve ser investigada — ainda mais porque pode estar associada a vários estados de doença, alguns dos quais com risco de vida. 

“Não necessariamente essa morbidade associada envolve uma doença de medula óssea. Poder ser consequência de um mecanismo externo a ela”, explicou Rizzo.

E quando suspeitar clinicamente de pancitopenia?

Juliana respondeu que uma boa anamnese e um exame físico detalhado podem nos ajudar a suspeitar da redução das linhagens sanguíneas, bem como tornar restrito o espectro de diagnósticos diferenciais. Tudo isso, posteriormente, vai ser complementado com exames laboratoriais e hematoscopia do sangue periférico.