Vacinação da gestante protege os bebês em seus primeiros meses de vida
Uma dúvida cada vez mais presente nos consultórios é sobre a imunização, principalmente em mulheres gestantes e recém-nascidos. A busca por informações como quais são seus benefícios, seus efeitos colaterais e se oferecem riscos para as mães e para os bebês é uma preocupação que pode estimular a hesitação vacinal. Este foi tema de um simpósio satélite oferecido pela Pfizer no do 2º Congresso de Medicina Geral da AMB, liderado pelo Professor Titular de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) César Eduardo Fernandes.
Marcelo Otsuka, infectologista pediátrico e Vice-Presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), trouxe para a roda de conversa o impacto do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) na pediatria, que são agentes de uma infecção aguda nas vias respiratórias, que pode afetar os brônquios e os pulmões.
“Até a pandemia, dávamos pouca importância para o impacto do VSR paras as crianças, inclusive, naquele período, registramos uma redução drástica de contaminação devido às ações não farmacológicas que adotamos. Uma queda inclusive nas internações pediátricas. Contudo, passada a pandemia, o número voltou a subir acima da média e do esperado pelos especialistas”, destacou Dr. Otsuka.
Por isso, no início deste ano, a Anvisa autorizou a vacina para prevenção do VSR no calendário de imunização brasileiro para as gestantes. O palestrante encerrou sua fala informando que apesar de existirem fatores de risco conhecidos, como a prematuridade, doença pulmonar crônica da prematuridade, doença cardíacas congênita, hipertensão pulmonar, distúrbios neuromusculares, síndrome de Down, etc; 2/3 das internações por VSR são de pacientes que não apresentam nenhum fator de risco.
Calendário vacinal da gestante
Professora adjunta, livre-docente e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Obstetrícia da Unifesp, Sue Yazaki Sun abriu sua fala destacando que a imunização da gestante protege crianças nos primeiros meses de vida por meio da transferência de anticorpos maternos pela placenta e, após o nascimento, pelo leite materno, prevenindo patologias infecciosas como coqueluche, covid-19, influenza, hepatite B e outras doenças para as quais o bebê ainda não cria sozinho sua imunidade.
“Atualmente, hesitação vacinal é um problema grave que acontece por falta de conhecimento da mãe sobre os benefícios para ela e seu recém-nascido, pelo medo de efeitos adversos que são mínimos e muitas fake news compartilhadas sobre a vacina. Nós, médicos, precisamos recomendar a imunização. As pessoas acreditam na palavra do médico, o que é uma grande responsabilidade, não apenas do obstetra, mas de todos as especialidades”, explicou a palestrante.
Para reforçar a importância do papel do médico nesse cenário, Dra. Sue trouxe dados importantes que mostram o reflexo da relação entre esses profissionais e suas pacientes.
- Paciente com posicionamento positivo sobre a vacina e seu médico com posicionamento negativo = taxa de vacinação alcança 7% das gestantes.
- Paciente com posicionamento negativo sobre a vacina e seu médico com posicionamento positivo = taxa de vacinação alcança 70% das gestantes.
- Ambos com posicionamento positivo sobre a vacina = taxa de vacinação alcança 90% das gestantes.
Clique aqui e acompanhe tudo que está acontecendo no 2º Congresso de Medicina Geral da AMB.