AMRIGS apoia luta das Santas Casas e hospitais filantrópicos
As Santas Casas e os hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul uniram-se, na última quarta-feira (6), para pedir o apoio da comunidade sobre a crítica situação da saúde pública estadual. De outubro de 2014 até agora, 245 instituições de saúde sem fins lucrativos do Rio Grande do Sul deixaram de receber do Governo do Estado mais de R$ 207 milhões, referentes ao co-financiamento estadual do SUS. Esse total equivale a duas parcelas de dívidas referentes ao ano de 2014, no valor de R$ 132 milhões, e três meses de cortes de recursos referentes a 2015, no valor de R$ 75 milhões. Os hospitais filantrópicos arcam com mais de R$ 400 milhões ao ano de prejuízo, que vinha sendo amenizado pelo co-financiamento estadual, que o atual governo deixou de pagar.
O presidente da AMRIGS, Alfredo Floro Cantalice Neto, reafirmou o apoio institucional da associação médica e destacou a importância da mobilização em defesa das Santas Casas e hospitais filantrópicos, responsáveis por 70% dos atendimentos do SUS no Estado, que empregam mais de 65 mil funcionários, abrangendo mais de sete milhões de pessoas. Atualmente, cerca de 8 mil médicos trabalham nesses hospitais. “A AMRIGS vai trabalhar em conjunto com as entidades médicas e hospitalares que apoiam as Santas Casas e hospitais filantrópicos, na defesa do SUS e da sociedade gaúcha”, afirmou Dr. Cantalice.
Para o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul, Francisco Ferrer, as 245 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, por sua missão, mantiveram o atendimento pleno aos gaúchos, mesmo com o descaso dos entes governamentais. A partir de agora, caso a saúde não seja tratada com a prioridade que precisa, não haverá outra solução a não ser o fechamento de leitos, diminuição da assistência, demissões e outras formas de adequar as instituições à nova realidade de corte de recursos.
No próximo dia 13 de maio, em uma grande manifestação pública em frente ao Palácio Piratini, com a participação de caravanas de todo interior do Estado, Capital e Região Metropolitana, as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos entregarão ao Governo dados do redimensionamento assistencial, ou seja, números com redução de serviços prestados por essas entidades, tendo em vista o corte efetuado pelo Governo do Estado.