CONVÊNIO ENTRE AMB, SOCIEDADES DE ESPECIALIDADE E MINISTÉRIO DA SAÚDE EM PAUTA
A reunião do Conselho Científico da AMB, realizada nesta terça-feira (17), trouxe dois assuntos para apresentação e discussão: convênio entre AMB, sociedades de especialidade e ministério da saúde e um panorama sobre transplante de órgãos no Brasil.
Por convite do diretor Científico, Antonio Carlos Palandri Chagas, esteve presente o diretor do departamento de Gestão e de Regulação do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde (SEGTS), Alessandro Vasconcelos. que anunciou a iniciativa do atual Governo Federal em realizar parceria, através de convênio, com a AMB e Sociedades de Especialidade no sentido de desenvolver novas diretrizes clínicas para utilização no Sistema Único de Saúde (SUS).
“É importante que os temas escolhidos para debate nas reuniões contribuam para a melhoria do atendimento e segurança de pacientes e médicos. O programa a ser desenvolvido com o convênio contribuirá para isso”, comenta Antonio Carlos Palandri Chagas.
O programa, efetivamente, deverá ter início no ano que vem, quando já deverá estar assinado o convênio entre a AMB e o Ministério da Saúde. “Precisamos rever as diretrizes atuais, atualizá-las, assim, como ampliar esse tema de maneira interprofissional”, explicou Alessandro.
O coordenador do Programa Diretrizes da AMB, Wanderley Bernardo, é quem estará à frente dos trabalhos. Ele, inclusive, já enviou para avaliação do Ministério da Saúde, os temas das diretrizes produzidas pela AMB em conjunto com as Sociedades de Especialidade. “É de extrema importância esse trabalho para incorporação de inovações, visando a oferta de medicina de qualidade à população brasileira”, sentenciou Bernardo.
Quanto às Especialidades, o diretor da SEGTS destacou ainda que contará com o apoio das Sociedades filiadas à AMB em outros pontos, além de suas participações no Programa Diretrizes: 1) definição de matriz estrutural mínima para os programas de residência médica 2) Parecer técnico nos processos de incorporações técnicas na Conitec e 3) Participação de forma a reconhecer o papel da Residência Médica como padrão-ouro para a medicina nacional.
O encontro contou também com a participação do presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Paulo Pego Fernandes, que aceitou o convite da Diretoria Científica, para apresentar um panorama do Transplante de Órgãos no Brasil, que hoje ocupa a segunda posição em nível mundial em número de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos.
“No entanto, quando comparado a números efetivos de doares, caímos para a 21º posição, por falta de envolvimento das pessoas, o que impacta sobremaneira a decisão no momento da doação”, explicou Pego. Dentre outros fatores que inibem o melhor desenvolvimento de transplantes no país estão: o reconhecimento de morte encefálica; estrutura limitada na qualidade para transplantes; manejo inadequado de potenciais doadores. Ele também defendeu uma maior participação da ANS quanto à exigência de transplantes por parte dos planos de saúde. “Hoje, 95% são realizados pelo SUS, cuja verba é insuficiente para a demanda existente. Em nosso país, diariamente, 18 pessoas deixam a fila de espera, porém apenas 4 recebem transplante”, finalizou.
Ainda como parte da pauta, a reunião contou com a participação de representantes do Convention&Visitors Bureau do Estado de São Paulo, oferecendo sua estrutura, de forma a incentivar que as Sociedades de Especialidade realizem seus eventos na capital paulista.
Foto: César Teixeira