Aconteceu entre os dias 7 e 9 de abril, em Paris, na França, a reunião do Conselho da World Medical Association (WMA). A edição de número 220 do evento, que foi realizada de forma híbrida, contou com mais 150 participantes de forma presencial e de outros 70 de forma online, todos integrantes dos 40 membros constituintes da WMA, celebrando um grande reencontro desde a última reunião presencial da instituição, que ocorreu há mais de dois anos, devido à pandemia de Covid-19.

A Associação Médica Brasileira (AMB) esteve presente no evento, com uma delegação composta por César Eduardo Fernandes (Presidente da AMB), Carlos Vicente Serrano (Diretor de Relações Internacionais da AMB), José Luiz Gomes do Amaral e Miguel Roberto Jorge, ambos ex-Presidentes da World Medical Association.

Diversos documentos foram discutidos e aprovados nos três comitês da WMA, de Assuntos Médico-Sociais, de Ética Médica e de Finanças/Planejamento, destacando-se uma Resolução de Apoio ao Pessoal Médico e Cidadãos da Ucrânia em face da Invasão Russa.

Outras declarações importantes envolveram temas como o racismo na Medicina, a discriminação contra idosos em serviços de saúde, a proteção e integridade de pessoal médico em conflitos armados, a atenção médica a parentes e políticas relacionadas à telessaúde e às mídias sociais. Também se avançou na revisão do Código Internacional de Ética Médica, que deverá ainda ser objeto de reuniões em algumas regiões do mundo, antes de sua aprovação final pela Assembleia Geral da WMA, que será realizada no próximo mês de outubro.

Carlos Serrano, representante da AMB no Conselho da World Medical Association, teve ativa participação nas discussões e apresentou dois importantes relatórios de atividades que estiveram a seu cargo nos últimos meses, um deles envolvendo o impacto global das doenças crônicas não transmissíveis e outro buscando criar um regramento na realização de reuniões virtuais. Assim, Serrano tem representado a continuidade de uma ativa e importante participação da AMB nas atividades da WMA por quase duas décadas, e que resultaram na eleição de dois brasileiros para presidir a entidade nesse período.

Por ocasião do Jantar de Gala oferecido pela WMA aos participantes, o Presidente do Conselho, Frank Montgomery, prestou homenagem a Miguel Jorge, por suas atividades como Presidente da WMA no período de outubro de 2019 a outubro de 2020, grande parte delas relacionadas aos primeiros meses em que o mundo foi impactado pela pandemia pela Covid-19.

Em seu agradecimento, Miguel Jorge ressaltou a importância do trabalho desenvolvido durante a pandemia por médicos de todo o mundo que, muitas vezes atuando em condições bastante adversas, obtiveram reconhecimento público em diversos países.

O presidente da AMB considerou extremamente produtiva a participação da entidade neste evento da WMA. Aproveitou para parabenizar a participação competente, comprometida e exitosa de Carlos Serrano, Diretor de Relações Internacionais, representando a Associação e mostrando um trabalho muito qualificado e relevante, com manifestações de reconhecimento ao seu trabalho durante a reunião, por vários países presentes.

César Fernandes também considera muito importante esta reunião das sociedades internacionais sob o manto da WMA, que é, legitimamente, a instituição que, internacionalmente, pode servir de moderadora e interlocutora entre as diferentes realidades vividas por distintos países, em todos os continentes do mundo. Esta missão primordial da WMA se fez notar, inclusive, nas posições por ela tomadas com relação à invasão da Rússia à Ucrânia, com manifestações de profunda solidariedade aos médicos ucranianos.

O presidente da AMB também registrou que é relevante divulgar aqui no Brasil as realizações da WMA, para conhecimento de todos os médicos brasileiros. Considera que esse importante trabalho vem sendo pouco difundido entre nós e que, certamente, a AMB dará mais espaço para divulgar as realizações da WMA e o seu importante acervo de publicações.