“Precisamos transformar a realidade do paciente neurológico no Brasil”, afirmou a diretora regional da Academia Brasileira de Neurologia

A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) apresentou na parte da tarde da reunião do Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB), realizada em Natal, o projeto de Implementação Nacional das Linhas de Cuidado em Neurologia no SUS, uma proposta estruturante que começa a ser implantada em 2025 e busca reorganizar o cuidado neurológico em todo o país. A apresentação foi conduzida pela diretora regional da ABN, Dra. Francisca Fantini.
Segundo ela, o cenário da neurologia no SUS ainda é marcado por alta mortalidade, incapacidade e desigualdades regionais, além da falta de instrumentos adequados para a Atenção Primária à Saúde (APS).
“Hoje, o paciente neurológico enfrenta atrasos que comprometem seu prognóstico. Não podemos aceitar que o desfecho dependa do CEP”, afirmou a Dra. Francisca.
Por que o projeto é essencial?
O modelo proposto pela ABN busca atuar justamente nos gargalos presentes no sistema:
- Atraso no diagnóstico.
- Acesso desigual.
- Ausência de fluxos bem definidos.
- Sobrecarga na APS e na rede de urgência.
Dra. Francisca reforçou: “Nosso objetivo é construir caminhos claros, orientados por evidências, que permitam ao SUS oferecer um cuidado neurológico mais rápido, mais eficiente e mais humano.”
Objetivos centrais
O projeto tem metas amplas, entre elas:
- Organizar fluxos assistenciais.
- Reduzir atrasos diagnósticos.
- Apoiar APS, UPAs e hospitais.
- Melhorar desfechos clínicos e reduzir custos.
“Quando padronizamos fluxos, salvamos vidas. Quando apoiamos a Atenção Primária, evitamos internações desnecessárias. Quando investimos em diagnóstico precoce, diminuímos sequelas”, destacou a Dra. Francisca.
Metodologia e ferramentas
A proposta utiliza diretrizes, consensos, consulta a especialistas e alinhamento com o Ministério da Saúde. Ferramentas incluem:
- Fluxogramas digitais.
- Capacitações online.
- Teleconsultoria.
- Cartilhas práticas.
“A ideia é oferecer ao profissional ferramentas simples e objetivas. Não queremos complicar a rotina; queremos facilitar a assistência”, explicou a Dra. Francisca.
Além disso, pesquisas como o REDONE.br e o Observatório de Doenças Neurológicas subsidiarão decisões e políticas.
Segundo a neurologista, o foco é garantir aderência dos gestores e adaptar o projeto às realidades regionais.“O Brasil é diverso, mas o direito ao cuidado neurológico de qualidade deve ser o mesmo em qualquer lugar”, ressaltou.
A proposta coloca a ABN e a AMB em posição central no fortalecimento da neurologia no SUS.
“Estamos dando um passo histórico. Este projeto não é da ABN ou da AMB — é do paciente brasileiro. E ele não pode esperar mais”, concluiu a Dra. Francisca.
Assessoria de Comunicação da AMB.