Aconteceu ontem, 13/12, no Auditório Prof. Dr. Adib Domingos Jatene da Associação Paulista de Medicina, a Posse dos novos Membros Titulares da Academia de Medicina de São Paulo.

O presidente Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes, foi empossado como um dos novos Membros Titulares e passou a ocupar a cadeira nº 120 da Associação Paulista de Medicina, cujo patrono é Reynaldo Kuntz Busch e, a antecessora, Lygia Busch Iversson.

Foram também empossados Claudio Santili, Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá, José Maria Soares Junior, Magda Maria Sales Carneiro Sampaio, Osmar Monte e Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho.

Criada em 07 de março de 1895 com o nome de “Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo”, a hoje Academia de Medicina de São Paulo foi fundada pelo Prof. Dr. Luiz Pereira Barreto, um dos mais ilustres positivistas brasileiros.

Atualmente é presidida por José Luiz Gomes do Amaral, congrega renomados médicos de várias especialidades, e tem por finalidade preservar a tradição e a história, promover e estimular o estudo e o progresso da Medicina e das ciências.

Leia a íntegra do discurso proferido por César Eduardo Fernandes:

Boa noite a todos os senhores e senhoras, aos caros acadêmicos dessa tradicional e prestigiosa Academia de Medicina de São Paulo, aos meus prezados amigos e aos meus queridos familiares aqui presentes.

Muito obrigado ao prezado e dileto amigo presidente da academia, Professor José Luiz Gomes do Amaral, pela linda cerimônia que nos oferece para a posse dos novos recipiendários da Academia de Medicina de São Paulo. Em seu nome cumprimento todos os demais insignes componentes da mesa.

Com emoção, agradeço a apresentação do acadêmico Florisval Meinão que foi muito generoso em suas considerações a meu respeito. Todos que comigo convivem sabem da enorme admiração e respeito que lhe dedico, amigo Florisval.

Tenho a graça de, a partir de agora, ocupar a cadeira 120 cujo patrono é o Dr. Reynaldo Kuntz Busch, eminente médico que trabalhou e lecionou na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, entre os anos de 1936 e 1969, ano que antecedeu o meu ingresso na mesma instituição onde me formei médico.  A última ocupante da desta cadeira foi a sua filha, Professora Lygia Busch Iversson com também esplêndida carreira docente, como professora titular de epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Ao adentrar os umbrais desta Academia e ser acolhido como um de seus membros, me vem à mente a sua centúria história, sempre fiel aos princípios básicos do espírito acadêmico: imortalidade, cadeira, Patronato, vitaliciedade e critérios democráticos para escolha dos candidatos que objetivam dela fazer parte.

Por aqui passaram as mais notáveis figuras da medicina paulista. Não é pequena a honra de me ver galardoado como um dos membros Titulares desta academia. Ao contrário, ela é gigante e, ao mesmo tempo em que me sinto profundamente agraciado com esse galardão, não me falta a consciência da responsabilidade que, a partir de agora, paira sobre os meus ombros de empreender todos os esforços para dignificar cada vez mais essa magnífica e nobre instituição.

A palavra substantiva para expressar o meu melhor sentimento neste momento é gratidão. Para tanto, me valho de uma frase do filósofo, poeta e compositor alemão do século XIX, Friedrich Nietzsche: “A essência de toda arte bela, de toda grande arte, é a gratidão”. E a completo com a visão, não apenas de um dos maiores filósofos da história, mas com um dito de domínio popular: “Nas nossas vidas diárias, devemos ver que não é a felicidade que nos faz agradecidos, mas a gratidão é que nos faz felizes. “

E é assim que eu me sinto. Feliz em agradecer a todos os professores de medicina que me ensinarem e me influenciaram, a todos os colegas médicos com os quais pude conviver tanto no exercício da medicina e da docência, quanto nos movimentos associativos que participei, aos amigos que colecionei e, sobretudo, ao apoio sempre presente no meu âmbito familiar. Agradeço também aos acadêmicos que me indicaram para a academia e a confiança dos acadêmicos que me concederam o voto para dela fazer parte.

Aproveito para cumprimentar e parabenizar os demais acadêmicos que hoje tomam posse e para lhes dizer que me sinto afortunado por estar junto de tão ilustres colegas nesse momento.

Antes de terminar cabe enfatizar que esta não é uma conquista individual. Muitos contribuíram para que eu aqui chegasse. Portanto, por uma questão de justiça, quero registrar que divido esta láurea com todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para tanto.

Encerro com o juramento nos moldes do Estatuto Moderno da Academia de Medicina de São Paulo:

Prometo cumprir o Estatuto, o Regimento Interno e as resoluções desta Academia e trabalhar para o seu engrandecimento e prestígio. Prometo, outrossim, contribuir para o desenvolvimento, o progresso e a dignificação da Medicina.

Muito obrigado!