Presidente da AMB participa do Conahp 2022 - AMB

Presidente da AMB participa do Conahp 2022

Nesta quinta-feira (10), o Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, esteve presente no Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), no Transamérica Expo Center, em São Paulo. O evento é promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e vem se consolidando como referência no setor da saúde.

O Conahp 2022 traz como temática central “Saúde 2022: a mudança que o Brasil precisa” e apresentatemas que passam pelos aprendizados relacionados à pandemia de Covid-19 e as mudanças necessárias para promover um sistema de saúde integrado, sustentável e que viabiliza o acesso qualificado à população.

O Presidente da AMB participou do debate “Desafios da Formação Médica: Nova Medicina x Novos Desafios Éticos”, que foi mediado por Antônio Britto(Diretor-executivo da Anahp) e também contou com Jorge Kalil (Professor Titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração), Murillo Capella (Fundador e Consultor do Conselho de Administração na Unicred Valor Capital) e Reynaldo Brandt (Médico Neurocirurgião no Hospital Israelita Albert Einstein). 

César Eduardo Fernandes iniciou a sua fala agradecendo à Anahp pelo convite e, ao ser questionado sobre a abertura indiscriminada de novas escolas médicas no Brasil, foi enfático ao responder que se trata de uma abertura irresponsável – atualmente existem 388 no país –, eque tem de haver uma fiscalização em relação à qualidade do ensino. Diante disso, ressaltou que não se deve criar mais Faculdades de Medicina e nem novas vagas nessas escolas médicas que foramcriadas, e que deve ser feita uma avaliação dos profissionais que estão sendo entregues à população, para nos certificarmos de que estão aptos para exercerem a profissão.

Durante o debate também foi falado que precisa haver uma melhor distribuição dos médicos, pois algumas regiões, como o Sudeste, têm profissionais em abundância, enquanto outras, como o Norte, são carentes. O Presidente da Associação Médica Brasileira salientou que a instituição luta arduamente para que seja criada uma carreira de médico de Estado, para que, assim, possam se situar em qualquer lugar do Brasil, não somente nos grandes centros. No entanto, para que esses profissionais queiram permanecer nesses locais, é preciso garantir que tenham boas condições salariais e de trabalho, bem como estrutura adequada para exercerem a Medicina.

“A carreira de Estado deve começar pela atenção básica, que contempla as áreas de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Medicina da Família e Comunidade. Nós precisamos olhar para a nossa realidade e nos atentarmos sobre o que fazer para atender essas lacunas, salienta César Eduardo Fernandes.

Os palestrantes também abordaram o fato de 90% dos médicos generalistas atuarem na atenção básica, e apenas 10% na secundária e na terciária, e que se tivermos profissionais que saibam realizar um bom diagnóstico e tomar as decisões corretas em relação ao paciente, é possível oferecer uma melhor assistência à população, além de reduzir os custos.Durante o debate foi destacado, ainda, que há uma predominância de mulheres na profissão – cerca de 60% – e que conhecer os conceitos e exercer uma Medicina ética é essencial.

A apresentação terminou salientando que essa é uma discussão que deve ser impulsionada pelo novo governo e voltar com força no próximo ano, portanto devemos direcionar as nossas atenções para qualMedicina e que tipo de médico o nosso país precisa.