Reunião da CONADEM destaca avanço feminino na Medicina e prepara levantamento inédito sobre desafios das médicas no Brasil

Na última quinta-feira (26), foi realizada a terceira reunião da Comissão Nacional em Defesa dos Direitos no Trabalho da Mulher Médica (CONADEM), da Associação Médica Brasileira (AMB). O encontro, que ocorreu de forma online, reuniu 28 médicas de diversas especialidades e estados brasileiros.
O tema central foi a crescente feminilização da Medicina no país e a necessidade urgente de enfrentar as desigualdades de gênero na profissão. O debate teve como base dados da recém-lançada Demografia Médica 2025.
Durante a reunião, a Dra. Luciana Rodrigues Silva, 1ª vice-presidente da AMB e uma das coordenadoras da CONADEM, apresentou os principais dados do estudo, que revelam um marco histórico: até o final de 2025, o número de médicas deverá ultrapassar o de médicos no Brasil.
“Chama atenção também a predominância de jovens profissionais, o aumento expressivo de estudantes em instituições privadas e a distribuição desigual de vagas de residência médica no país. Precisamos refletir sobre os impactos dessas mudanças na profissão médica”, destacou Dra. Luciana.
A gestora e médica também anunciou a proposta de uma ampla pesquisa nacional para mapear a representatividade feminina na Medicina e identificar as barreiras enfrentadas por mulheres na carreira, especialmente em cargos de liderança. “Esses dados serão essenciais para pressionar o Legislativo a propor leis, embasar políticas institucionais, criar normativas e ações afirmativas, além de reconhecer e fortalecer a liderança feminina no meio médico”, afirmou.
A pesquisa pretende entrevistar cerca de 2.500 médicas, distribuídas, proporcionalmente, entre as regiões do país. A expectativa é que os dados preliminares sejam apresentados durante o Congresso de Medicina Geral da AMB (CMG 2025), que acontecerá ao final do mês de julho deste ano, em São Paulo. A comissão falará no evento sobre os temas “Pesquisa CONADEM – Comissão Nacional em Defesa dos Direitos no Trabalho da Mulher Médica da AMB” e “Violência Contra a Mulher”, no dia 25 de julho.
A Dra. Maria Rita de Souza, 1ª secretária da AMB e também coordenadora da CONADEM, ressaltou a relevância do momento vivido pela entidade, com maior participação feminina em sua diretoria e quanto essa pesquisa poderá trazer um novo olhar sobre o tema. “Será fundamental mostrar ao país a realidade das mulheres médicas. Mudar esse cenário é um passo importante não só para a categoria, mas para todas as mulheres brasileiras. Precisamos ampliar a representatividade e eliminar qualquer forma de discriminação”, enfatizou.
O levantamento abordará temas como desigualdade salarial, distribuição de plantões e episódios de assédio enfrentados por médicas em diferentes estágios da carreira.
De acordo com as coordenadoras, estão previstos três eixos de estudo: a presença de mulheres nas diretorias das entidades médicas, uma pesquisa qualitativa para identificar obstáculos à atuação feminina em cargos de liderança e um inquérito nacional sobre o processo de feminilização da Medicina no Brasil.
Assessoria de Comunicação da AMB