Brasília, urgente

ANS reduz exigências e operadoras podem economizar R$ 18 bilhões

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mudou as regras que exigem reservas para casos de falência das operadoras de planos, informou o Valor Econômico. Com a alteração, o montante das reservas terá redução de R$ 11,8 bilhões. Além disso, a ANS apresentou propostas para flexibilizar provisões e medidas administrativas que geram economia de mais R$ 6 bilhões. A medida, prevista para ocorrer apenas em 2023, foi antecipada no momento em que o setor amarga prejuízo operacional de R$ 6,3 bilhões no acumulado de 2021 e 1º semestre deste ano.

Por causa do desempenho negativo, muitas operadoras ficaram desenquadradas nas regras que exigem reservas para casos de falência e corriam o risco de entrar em direção fiscal, medida de acompanhamento mais rigoroso nas finanças das empresas de convênio médico. A fim de evitar essa situação, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) antecipou mudanças nas regras dessas garantias, que seriam adotadas em 2023. A situação financeira das operadoras piorou no segundo trimestre deste ano. Em 2021, o setor registrou resultado operacional negativo de R$ 919,6 milhões e lucro líquido de R$ 2,6 bilhões. A última linha do balanço foi positiva devido a ganhos financeiros. Como o setor precisa fazer provisões, há recursos aplicados que geram receita financeira relevante. Mas no acumulado do primeiro semestre deste ano nem as aplicações financeiras salvaram o setor, que registrou resultado operacional negativo de R$ 5,4 bilhões e prejuízo líquido de R$ 691,6 milhões.

O resultado ruim deve-se a uma combinação de fatores como ondas de casos de covid-19, retomada de procedimentos e exames não realizados durante a fase mais aguda da pandemia, sequelas causadas pelo novo coronavírus, aumento de problemas de saúde mental, alta do dólar e dos custos de insumos médicos, entre outros. Há outras mudanças propostas pela ANS que flexibilizam as regras e reduzem em R$ 6 bilhões os gastos das operadoras de planos de saúde e dental, administradoras de benefícios, segundo cálculos da agência. Mas essas propostas ainda dependem de audiência pública para entrar em vigor. 


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