Brasília, urgente

Brasil precisa de mais políticas de Estado na saúde

Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (21), Claudio Lottenberg, oftalmologista, presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil) e do Conselho Deliberativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, destacou que boas políticas de governo são aquelas que se incorporam às políticas de Estado. Ultrapassado o processo eleitoral, o bom governo é aquele que constrói base sólida para mudanças que se mostrem estruturantes ao longo do tempo.

E, dentre essas, da maior importância são as questões sociais: se bem estruturadas, teriam enorme efeito positivo na geração de renda e na inclusão. Estudos feitos no Canadá revelam que despesas com adolescentes mantidos em reformatórios chegam a US$ 100 mil por ano por indivíduo; um estudante em escola regular, por sua vez, custa US$ 12 mil ao ano. Não só isso: cada dólar investido no programa pré-escolar produz lucro de US$ 7, para crianças, e de US$ 13, para adultos. A educação merece e necessita estar no foco —e ainda mais neste momento, em que precisamos resgatar o que foi perdido ao longo dos últimos dois anos.

A mesma pandemia que nos custou tanto em vidas traz, além disso, a necessidade e a oportunidade de reposicionar a saúde como prioridade dentro dos programas de governo. O SUS (Sistema Único de Saúde) revelou-se um ativo estratégico inestimável dentro do marco constitucional. Ele traz custos, é verdade, mas salva vidas. São necessárias mudanças significativas: as doenças crônico-degenerativas seguirão importantes, mas a atenção às doenças infecciosas e ao câncer precisa de ser redimensionada.


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