Brasília, urgente

Entidades avaliam possibilidade de regulamentação sobre a relação de médicos com farmacêuticas

A Associação Médica Brasileira (AMB) e a Associação Paulista de Medicina (APM) vêem com bons olhos a iniciativa do Ministério da Saúde de preparar uma Medida Provisória para dar mais transparência à relação de médicos com empresas farmacêuticas.

Em entrevista ao GLOBO, porta-vozes das duas entidades acreditam que uma maior regulamentação do setor seria benéfica, em especial para o paciente. — Ainda precisamos ter conhecimento do teor da MP para ter essa apreciação, mas eu digo em meu nome, e tenho a impressão que a AMB irá se posicionar dessa forma também, que isso é bem-vindo. Transparência é sempre importante — diz o médico César Eduardo Fernandes, presidente da AMB. No Brasil, o Código de Ética Médica, regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) de medicina possui regras para coibir esse tipo de prática.

Entretanto, segundo Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da APM, ’as pessoas fazem vista grossa para isso’ em especial para produtos de alto custo, como medicamentos, órteses e próteses. Por outro lado, o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, acredita que esse tipo de regulamentação não deveria ser feito por medida provisória. O presidente do Sindusfarma ressalta que, além do CFM, que regulamenta a profissão médica, o código de conduta do Sindusfarma prevê regras em relação aos procedimentos de propaganda médica e lembra que as próprias empresas têm em seu código de conduta regras sobre esse relacionamento.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) disse que acompanha o assunto, mas prefere ’analisar a MP e aguardar os desdobramentos para, assim, se manifestar com propriedade posteriormente’


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