Brasília, urgente

Estamos pensando em campanhas de vacinação diferentes, porque o atual modelo é falho’, diz diretor do Ministério da Saúde

‘Estamos pensando em campanhas de vacinação diferentes, porque o atual modelo é falho’, diz diretor do Ministério da Saúde

O Brasil precisará adaptar suas campanhas de vacinação se quiser aumentar a adesão às doses, avalia o diretor do Programa Nacional de Imunizações, Éder Gatti, destacou matéria do jornal O Globo. O país, diz o médico infectologista, está em uma queda progressiva da adesão de antígenos como o da gripe (causada pelo vírus Influenza) — a atual campanha que acaba no fim do mês atingiu somente 25% do público que pode receber as doses. Uma proposta para atenuar a questão, diz Gatti, é dar maior protagonismo aos municípios, com ações amparadas pelo Ministério da Saúde. — As campanhas de vacinação terão que ser pautadas de forma diferente, está claro. Não basta oferecer as vacinas para os municípios e entregar a eles a responsabilidade da vacinação. Existe o desafio de comunicar num cenário de ampla disseminação de desinformação — diz Gatti. O diretor diz que está em fase de estruturar mudanças na multivacinação, programa baseado nas doses de rotina disponíveis em todo o ano (majoritariamente oferecidas às crianças). Trata-se de uma mudança baseada na formação de uma rede de apoiadores. Desse modo, a lógica da campanha é focar nos municípios, que determinarão quais ações fazem sentido para aumentar a adesão às doses. Busca ativa em escolas e espaços públicos, por exemplo, podem ser alternativas. Caberá ao Ministério da Saúde, porém, capacitar os municípios a fazer esse serviço. O planejamento começou pelo estado do Amazonas, neste mês e deve se estender ao Acre, diante do risco da reintrodução da poliomielite, ainda neste semestre. A ideia é que o novo plano vá gradativamente atingindo todo o país. — Estamos pensando em campanhas de vacinação diferentes para a multivacinação, porque o modelo que foi adotado até hoje no Brasil tem se mostrado falho, por dificuldade na divulgação e acesso. No caso da imunização para a gripe, contudo, a mudança ficará para o ano que vem. Para a atual etapa de vacinação, a pasta ainda precisa avaliar junto aos Conselhos Nacionais de Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems) se irá ampliar a aplicação de doses para o público em geral— uma vez que pode ocorrer sobra de doses. Para acessar a matéria completa, clique aqui.

SAÚDE PÚBLICA

Conferência Nacional de Saúde vai priorizar o fortalecimento do SUS

Faltando pouco menos de dois meses para a 17ª edição da Conferência Nacional de Saúde, representantes do governo federal, de organismos internacionais e das secretarias estaduais de saúde foram chamados pelos integrantes da Comissão de Saúde da Câmara nesta terça-feira (9) para falar sobre o encontro e destacaram um objetivo: o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), informou a Agência Câmara. Realizadas há 81 anos no país, as conferências nacionais de saúde reúnem governo, sociedade civil e profissionais do setor para propor melhorias para a saúde pública. Desde 1990 esse encontro está previsto por lei (Lei 8.142/90) e, atualmente, acontece a cada quatro anos. Depois de etapas municipais, entre novembro de 2022 e março deste ano, e de encontros estaduais, que terminam agora em maio, a próxima edição da conferência nacional está marcada para 2 a 5 de julho, aqui em Brasília. O slogan é: “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia. ” Os convidados da audiência pública apontaram que é melhor fazer a gestão do sistema público de saúde com participação popular. A deputada Juliana Cardoso (PT-SP), autora do pedido para a realização do debate, enfatizou que a conferência nacional é uma oportunidade grande de debater as políticas públicas de saúde, e que as conferências regionais também são muito potentes. Vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Lucilene Florêncio, secretária de saúde do Distrito Federal, lembra que a conferência acontece em um momento pós pandemia, no qual foi explicitada a grandeza numérica e imaterial do SUS. Presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), entidade que organiza a conferência, Fernando Pigatto salientou a definição de saúde não como ausência de doença, mas como garantia de vida plena. Ele evidenciou a importância do fortalecimento do SUS, segundo ele, um modelo para o mundo. O representante da Organização Panamericana de Saúde (Opas/OMS), Julio Pedrosa, sublinhou a saúde como direito fundamental do ser humano, protegido por vários tratados internacionais, afirmando que o desenvolvimento do sistema público de saúde requer engajamento social e diálogo com os diferentes setores. Para a representante do Ministério da Saúde, Lúcia Souto, a 17ª edição da Conferência Nacional de Saúde vem em um momento de reconstrução e transformação e, por isso, um dos desafios da equipe é aumentar o orçamento para garantir o atendimento digno da população. Para acessar a matéria completa, clique aqui.

REPASSE

Ministério da Saúde libera recursos para reduzir filas de cirurgias no SUS em 18 estados

Até o momento, 17 estados e o Distrito Federal receberam recursos do Ministério da Saúde para reduzir a fila de espera por cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS). Lançado em fevereiro deste ano, o Programa Nacional de Redução das Filas iniciou os repasses logo em março. O investimento total em 2023 será de R$600 milhões. Os primeiros recursos encaminhados – cerca de R$200 milhões, um terço do total – serão destinados para cirurgias eletivas. Os próximos repasses vão ocorrer ao longo do ano, conforme planejamento e demanda dos estados, informou o portal do ministério. Até o momento, 19 estados já aderiram ao Programa Nacional de Redução das Filas: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. Do primeiro envio de R$200 milhões, esses estados já somam mais de R$103,5 milhões. A portaria referente a Tocantins será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. O Ministério da Saúde aguarda análise e elaboração do plano dos demais estados. O programa do governo federal também prevê estratégias para garantir equipes cirúrgicas completas e melhorar o fluxo de atendimento em todo o Brasil. Cada estado estabeleceu as cirurgias prioritárias, de acordo com a realidade local. Entre os procedimentos mais listados pelas unidades federativas, estão: cirurgia de catarata; retirada da vesícula biliar; cirurgia de hérnia; remoção das hemorroidas; e retirada do útero. A fila de cirurgias eletivas do sistema público de saúde, entre os estados que já aderiram ao PNRF, chega a 679 mil procedimentos, segundo dados dos planos aprovados e enviados ao Ministério da Saúde. Conforme o recebimento de novos planos estaduais, o número de filas pode sofrer alteração. Com os recursos liberados, as secretarias de saúde estaduais e municipais poderão realizar mais de 277 mil cirurgias dessa fila. Confira aqui a lista das filas e cirurgias a serem realizadas nos 19 estados.

          

POTENCIAL

Diversidade étnica e racial pode potencializar pesquisas clínicas no Brasil

O Brasil ainda ocupa apenas a 19º colocação no ranking global de estudos clínicos, ficando atrás de países como Egito, Taiwan e Índia, conforme informações do Guia 2022 Interfarma, destacou matéria do portal Medicina S/A. Embora o país tenha um enorme potencial para realização de pesquisas clínicas, devido a numerosa população, o Brasil ainda sofre com a falta de investimentos no setor. De acordo com Simone Kairalla, Clinical Research Associate da Comsentimento, a saída para atrair recursos para os estudos e escalar a participação global do país no desenvolvimento de novas opções de tratamento para os pacientes seria aproveitar a diversidade étnica e racial, que pode potencializar a precisão dos resultados. Para a especialista, o investimento no setor ajuda no desenvolvimento de novas opções de terapias para os pacientes, além de melhorar o acesso a elas e reduzir custos com internações e consultas. “Com mais de 210 milhões de habitantes, o grande potencial do Brasil na realização de estudos clínicos é o fato de ter uma variedade étnica/racial bastante diversificada. A miscigenação racial existente no país pode favorecer os resultados quando uma amostra heterogênea se faz necessária”, pontua. Devido à diferença de metabolismo de uma pessoa para outra, é necessário recrutar um vasto número de pacientes demograficamente distintos, para representar uma grande variedade genética, racial e cultural. A indústria farmacêutica já tem notado a importância de promover a inclusão social em diferentes âmbitos, tanto que, recentemente, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) se pronunciou a favor de ações afirmativas para fomentar práticas de estímulo à diversidade, incentivando que empresas do setor adotem medidas internas e externas de inclusão. Segundo a profissional, determinados efeitos colaterais ou reações adversas aos medicamentos também podem ser mais comuns em certas populações. Embora a pesquisa clínica cresça a cada ano no Brasil, o que o torna o país com maior número de estudos em andamento na América Latina, em comparação ao cenário dos Estados Unidos e da China – que além de terem grandes populações, possuem existe um nível de investimento na indústria farmacêutica superior -, o mercado brasileiro ainda é bastante incipiente. No entanto, isso tem mudado rapidamente e a iminente aprovação do Marco Legal de Pesquisa Clínica em discussão no Congresso Nacional pode ser o caminho para alcançar o potencial do país, tornando o processo regulatório mais simples e ágil. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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