Um em cada quatro (25%) hospitais privados do Estado de São Paulo diz que a falta ou dificuldade para compra de remédios é o principal problema enfrentado hoje, segundo pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (SindHosp), feita de 29 de abril a 12 de maio, informou o Estado de S.Paulo. Farmácias e centros médicos, públicos e particulares, têm relatado a escassez de medicamentos. Entre os motivos apontados, estão os sucessivos lockdowns na China e a guerra na Ucrânia, que afetaram a cadeia de fornecimento.
A crise prejudica o trabalho dos profissionais de saúde e o atendimento de pacientes e leva até ao adiamento de cirurgias eletivas (não urgentes). Outros 30% dos hospitais ouvidos pelo SindHosp relataram a alta de preços como principal problema. No total, foram ouvidos 76 unidades particulares – responsáveis por 1.518 leitos deUTI e 5.725 leitos clínicos – entrevistadas pela entidade. Conforme a pesquisa, só 14% dos hospitais não enfrentam problemas com estoque ou a aquisição de medicamentos. Os itens em falta ou com estoque abaixo do nível de segurança mais citados são Dipirona (em 25% dos hospitais), Dramin B6 (18%) e Neostgmina (17%).
A falta de medicamentos afeta também os hospitais municipais geridos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O problema acontece desde o fim do ano passado, mas se agravou nas últimas semanas, segundo o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado (Consems-SP). O órgão afirma que a situação já exigiu o adiamento de cirurgias e procedimentos. Levantamento do Cosems paulista apontou como causas a desorganização do sistema de produção depois da pandemia, falta de insumos, matéria-prima e embalagens, e aumento da demanda.