Brasília, urgente

Gastar em saúde é inserir o Brasil na revolução tecnológica, diz secretário Gadelha

NK Consultores – Um dos maiores desafios para desenvolvimento em saúde no Brasil é a dependência de tecnologia, produtos e equipamentos estrangeiros. Para lidar com esse e outros desafios, envolvendo os gargalos legais, tributários e financeiros, o governo federal criou o Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde nesta semana. Em painel da Casa JOTA com patrocínio da Bayer, nesta quarta-feira (5/4), Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde, comentou sobre o retorno do Grupo e os esforços para fazer o país avançar no desenvolvimento de tecnologia para o setor.

Ele enfatizou a necessidade de gestores, investidores e a população reconhecerem o investimento na área como um potencial a curto e a longo prazos. “Saúde é desenvolvimento. Além de qualidade de vida, estamos falando de crescimento econômico e científico, pois a saúde é a área que mais gera pesquisa do Brasil. Gastar nessa área na verdade é fazer um investimento de entrada definitiva do país na quarta revolução industrial, a tecnológica”, defendeu o secretário. O senador Hiran Gonçalves (PP-RR) também esteve presente no debate e comentou que há esforços do Congresso em prol do desenvolvimento de tecnologias em saúde, mas relembrou outro ponto: a concretização desses projetos envolve lidar com um país de dimensões continentais e um sistema de saúde igualmente grande, com recursos limitados. As organizações Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME) e Crônicos do Dia a Dia (CDD) representam uma das partes da população mais afetada pela falta de desenvolvimento em saúde e também pela demora na incorporação de medicamentos ao SUS: os pacientes que vivem com doenças crônicas, doenças raras e enfermidades degenerativas.

Gustavo San Martin, diretor-executivo das ONGs, chamou atenção não só para o que ainda é preciso desenvolver em termos de insumos e medicamentos, mas também para o fato de que muitas pesquisas já realizadas e bem sucedidas não são incorporadas ao SUS nem chegam a quem mais precisa. “Eu quero que as pessoas tenham acesso a seu tratamento. Temos pacientes que não são favorecidos pelo que já existe. Vamos trabalhar para organizar e baratear os processos? Não podemos discutir inovação e fechar os olhos para o que não está funcionando”, pediu. Quero ser o paciente que celebra a retomada do Complexo Industrial da Saúde mas que também celebra que, enquanto ele se desenvolve, já tenho acesso à saúde”, disse San Martin. No caso de doenças raras, por exemplo, a incorporação de novos medicamentos pelo SUS faz com que muitos pacientes busquem a Justiça para ter acesso ao tratamento. O ex-ministro da Saúde Nelson Teich reforçou que a garantia de medicamentos no SUS passa por uma complexa equação sobre prioridades e financiamento da saúde, que o Brasil precisaria resolver. “A minha preocupação é que nossas políticas e propostas sejam realistas, não românticas. Não podemos nos propor a entregar benefícios impossíveis de serem entregues. É a gestão que define essas prioridades, tendo em vista como gastar melhor o dinheiro para que a sociedade como um todo se beneficie”, comentou sobre os desafios da incorporação.

Eduardo Calderari, presidente-executivo da Interfarma, afirmou que estabelecer parcerias a administração pública também é um anseio do setor farmacêutico. “Estamos falando de desenvolvimento nacional, mas temos que lembrar do paciente, que é o ente mais importante disso. O que isso tudo gera de benefício pra ele: mais acesso, ampliação do que é ofertado? Se nas últimas décadas tivemos um salto de longevidade da população, foi graças à inovação, ao saneamento básico, às vacinas e aos remédios. O governo tem uma missão extremamente importante e tem o setor farmacêutico à disposição para que possamos trabalhar juntos nessas melhorias”. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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