Brasília, urgente

Gasto público com saúde tem que aumentar para 4,7% do PIB para cobrir necessidades, diz estudo

Para cobrir as necessidades totais de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), o gasto público em saúde deve alcançar valores equivalentes a pelo menos 6% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030. A análise é do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), no documento Agenda Mais SUS, divulgado nesta segunda-feira, 4, com o objetivo de fornecer subsídios para as políticas de candidatos à Presidência da República, informou o Estado de s. Paulo.

Nos últimos dez anos, o gasto total com saúde no Brasil vem aumentando, alcançando 9,51% do PIB em 2018. Entretanto, somente 3,96% deste total foram gastos do governo – e ele vem se mantendo estável ao longo dos anos. O restante equivale a gastos privados das famílias brasileiras. Isso significa dizer, segundo a análise do IEPS, que o SUS ficará subfinanciado se os gastos públicos em saúde não aumentarem expressivamente nos próximos anos, com uma inevitável ’deterioração dos resultados em saúde e aumento das desigualdades no País’.

O rápido envelhecimento da população brasileira é motivo de especial preocupação. Atualmente, o percentual de gastos do governo brasileiro com a saúde da população é um dos mais baixos do mundo, segundo os analistas. De acordo com os números da última pesquisa Conta-Satélite de Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em abril deste ano, esse percentual só é maior que o do México, cuja administração investe apenas 2,7% de seu PIB em saúde. Isso denota um sistema de saúde ’cronicamente subfinanciado’.

O Brasil é signatário de um pacto firmado junto à Organização Panamericana de Saúde (OPAS), segundo o qual todos os países da região devem alcançar um investimento público em saúde equivalente a 6% do PIB até 2027. Segundo o acordo, o aumento deve ser de aproximadamente 1% a cada quatro anos – o ciclo eleitoral. O próximo governo, portanto, deve elevar o gasto público em saúde dos atuais 3,96% para praticamente 5% até 2026. 


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