Brasília, urgente

Relator deve incluir em lei prazo para plano de saúde disponibilizar tratamento a paciente com câncer

NK Consultores – O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro Nelson Teich criticou a lei que autoriza a prática da ozonioterapia no Brasil, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (07), informou o jornal O Globo. Em publicação no X (antigo Twitter), o médico oncologista comparou a liberação da técnica, alvo de críticas de entidades de saúde devido à falta de evidências científicas, ao uso da cloroquina contra a Covid-19 durante a pandemia. “A liberação de uso da ozonioterapia é na sua essência similar à liberação da cloroquina para Covid-19. Na minha opinião, essa liberação da ozonioterapia foi um erro. Os momentos são distintos. Agora não temos o caos, o medo, a pressão, a politização e polarização do período agudo da Covid-19, por isso as duas discussões podem parecer diferentes, mas não são. Esse fato mostra como é difícil o sistema de saúde ser conduzido de uma forma técnica e científica”, escreveu o médico, que esteve à frente da pasta em 2020. A nova lei sobre ozonioterapia, criticada pelo ex-ministro, permite que todos os profissionais de saúde do país realizem a ozonioterapia, prática que também desperta debates acerca da sua comprovação científica. A técnica envolve o uso do gás ozônio, que tem um potencial oxidante e bactericida, misturado com o oxigênio. Juntos são aplicados de diversas maneiras no paciente, como pela aplicação direta com uma seringa, ou por via retal. Em tese, essa aplicação melhoraria a oxigenação dos tecidos e levaria a um fortalecimento do sistema imunológico. No entanto, ambas as alegações não foram comprovadas de forma sólida, segundo as entidades médicas. Além disso, citam não haver dados para dizer que a técnica é segura. A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, diz que a quantidade de ozônio necessária para ter um efeito germicida é muito superior à tolerada pelo ser humano. Grupos como a Academia Nacional de Medicina (ANM) e a Associação Médica Brasileira (AMB) haviam se posicionado publicamente pelo veto da lei, e criticaram a decisão do presidente Lula nesta segunda-feira, que foi contrária inclusive à orientação da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Na crítica, Teich também afirmou ser ’um erro achar que o tratamento será usado apenas nas situações hoje liberadas e que somente profissionais altamente qualificados farão uso do medicamento’. ’Extrapolação de indicações e uso inadequado sempre podem acontecer (…) Não se pode subestimar o risco para as pessoas de tratamentos que não têm benefício clínico comprovado”, continuou. Além disso, a lei vai de encontro ao que estabelece o Conselho Federal de Medicina (CFM). Em resolução de 2018, a entidade definiu que médicos apenas poderiam realizar ozonioterapia em caráter experimental, durante testes clínicos, por não haver “reconhecimento científico”. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


Envie sua opinião