Imagine poder estudar isoladamente um órgão ou membro de um paciente reproduzido em três dimensões, em tamanho real, antes de uma cirurgia? Essa é a proposta do Laboratório Clínico de Impressão 3D da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo, informou o jornal O Globo. Lançada recentemente, a iniciativa desenvolve e imprime biomodelos de partes do corpo humano sob demanda para auxiliar na tomada de decisão em cirurgias complexas, como as cranianas e as no coração.
A primeira fase do projeto, com duração de dois meses, foi inteiramente financiada pela BP, que agora segue oferecendo o novo serviço para o mercado, mas busca também outras fontes de fomento para investir no desenvolvimento de mais pesquisas e cursos. O objetivo, afirma Renato Vieira, diretor executivo de Desenvolvimento Médico, Técnico, Educação e Pesquisa, é “mudar a mentalidade médica” sobre a incorporação de inovações. — O uso de manufatura aditiva, ou impressão 3D, na medicina já é algo consolidado para a ciência. Não tem mais razão para improvisos [cirúrgicos], nesse sentido. Mas a medicina demora muito para incorporar inovações — afirma. — O que a gente quer é criar uma mentalidade de busca por soluções mais sofisticadas para os problemas complexos.
De acordo com Vieira, a grande maioria das cirurgias não precisa de biomodelos, mas biomodelos podem evitar estresses desnecessários para o paciente em cirurgias críticas, já que “sem um biomodelo, a cirurgia é feita por probabilidade, o que significa que o médico, às vezes, precisa mudar a estratégia no meio” do procedimento.