Brasília, urgente

Só mitigar efeitos da pandemia, em vez de frear o vírus, gerou mais mortes, diz epidemiologista

NK Consultores – A estratégia de mitigação dos efeitos da Covid-19, em vez da tentativa de frear o Sars-CoV-2, levou ao excesso de mortes pela doença no Brasil, avalia o epidemiologista Neil Ferguson, do Imperial College de Londres, destacou reportagem da Folha de S. Paulo. Segundo a publicação o país recorreu a uma estratégia de redução das repercussões da pandemia, com abertura de leitos e investimento em terapias para tratar a doença, porém falhou em controlar a disseminação do vírus. Por isso, ocupa o segundo lugar no ranking de mortes acumuladas por Covid, atrás dos Estados Unidos. O cenário pandêmico foi prejudicado pelas estratégias adotadas por Jair Bolsonaro (PL) e Donald Trump aqui e nos EUA, atacando as medidas protetoras e minimizando os efeitos da Covid. Além disso, ambos criticaram especialistas que alertavam contra deixar o vírus se propagar livremente para atingir uma imunidade de rebanho, que nunca existiu. ’Uma das estimativas que fizemos era de 1,1 milhão de mortes por Covid nos EUA, e fomos duramente criticados. No início, os países europeus optaram por fazer lockdowns pesados porque suas populações eram mais velhas, mas essa estratégia funciona apenas enquanto essas medidas estão em vigor’, afirma o cientista, que é também especialista em modelagem biológica para epidemias. Durante a pandemia, ele atuou com projeções e estimativas de replicação do vírus e de casos e mortes pela doença em diversos países. Apesar da alta mortalidade, a maioria das mortes por Covid no Brasil aconteceu em 2021, no segundo ano da pandemia, não em 2020, e isso foi efeito da demora em atingir alta cobertura vacinal na população, avalia. As projeções [do Imperial College] não eram previsões, elas indicavam um escopo potencial tanto de casos quanto de mortes. Houve esforços importantes de modelagem no Brasil, que forneceram projeções bastante realistas do que poderia acontecer. No entanto, foram prejudicados pelas lacunas de dados históricos sobre transmissão na população e por considerar parâmetros que não eram tão bons. Acredito que o Brasil tenha muita experiência em doenças infecciosas e fico bem animado com os esforços aqui, mas fazer modelagens para o país inteiro é desafiador por várias razões, disse o epidemiologista. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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