Titular da recém-criada Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad quer que a tecnologia seja usada no Sistema Único de Saúde (SUS) com soluções personalizadas para cada região, mas não de forma indiscriminada e acrítica, destacou reportagem do Estado de S. Paulo. Para a secretária, o uso de ferramentas digitais e da inteligência artificial sem um olhar analítico e crítico pode, em vez de reduzir, “aprofundar iniquidades”. Em entrevista exclusiva ao Estadão concedida na quinta-feira, 9, durante sua participação em evento do YouTube sobre conteúdos de saúde, a secretária afirmou que “não basta usar a tecnologia por usar” sem que sejam consideradas as desigualdades do País e desenhados usos específicos para cada cenário e demanda.
A tecnologia, diz Ana Estela, deve ser vista como um meio para melhorar a rede assistencial e potencializar o serviço prestado. Ela deu como exemplo o trabalho que está sendo desenvolvido pela secretaria em Roraima para ampliar a conectividade de um hospital de referência em Boa Vista que possa, futuramente, dar suporte remoto às unidades de saúde inseridas no território indígena Yanomami. Professora titular da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), Ana Estela foi diretora na Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do ministério entre 2005 e 2012. Ela afirma que, desde então, quando as primeiras iniciativas de uso da tecnologia na saúde começaram no ministério, a conectividade e a informatização evoluíram muito, mas ressalta que a pandemia trouxe o desafio de que as ações de telessaúde foram ampliadas de forma desordenada.
Segundo a pesquisa TIC Saúde 2022, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, 97% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do País possuem computador e acesso à internet. Embora seja pequeno o porcentual de centros de saúde sem conectividade (3%), ele representa, em números absolutos, mais de 1,2 mil unidades. Para acessar a matéria completa, clique aqui.