Sim, fumantes e ex-fumantes de qualquer tipo de produto derivado do tabaco têm maior risco de desenvolver a COVID-19, inclusive em sua forma mais grave, que pode culminar com a morte (7).
Sabe-se que a exposição à fumaça do tabaco é o principal fator de risco para doença pulmonar e que fumar cigarros é um importante fator de risco para infecções bacterianas, virais e tuberculose, devido às mudanças estruturais no trato respiratório e redução de sua resposta imune(8). Isto pode ser válido também para os usuários de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF´s), como os cigarros eletrônicos e o tabaco aquecido.
A epidemia MERS-CoV de 2012-1015, no Oriente Médio, apresentou os mesmos achados clínicos da atual COVID-19 e os relatos indicaram associação significativa entre tabagismo e taxa de mortalidade. Estudo prévio demonstrou que fumantes têm duas vezes mais chances que não fumantes de contrair influenza, ter sintomas mais graves, bem como apresentarem maior mortalidade, como no surto anterior de MERS-CoV(10).
Por outro lado, a exposição à fumaça do tabaco aumenta a inflamação na mucosa respiratória e a expressão de citocinas inflamatórias e o fator de necrose tumoral; aumenta a permeabilidade da barreira alvéolo-capilar, com edema e espessamento septal e hipersecreção mucosa, com comprometimento da função de transporte mucociliar. Assim, conhecer os fatores evitáveis do hospedeiro, como o tabagismo, pode ser importante na redução da contaminação viral e da gravidade da doença (11,12).