Brasília, urgente

Queiroga anuncia 3ª dose da vacina contra covid para 15 de setembro

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou, nesta quarta-feira (25), que a terceira dose da vacina contra o coronavírus começará a ser aplicada em idosos e em imunossuprimidos a partir do dia 15 de setembro. Todos os imunossuprimidos (pessoas transplantadas, por exemplo) que já tomaram a segunda dose da vacina há 21 dias poderão receber o reforço a partir da segunda quinzena de setembro. No caso dos idosos, eles devem ter tomado a segunda dose há mais de seis meses. A imunização extra contemplará pessoas de mais de 70 anos. Os primeiros a receber as doses serão os maiores de 80 anos. A vacina usada para a dose de reforço será a da Pfizer. “Nos reunimos ontem com a Opas [Organização Pan-Americana de Saúde] e com o comitê técnico que assessora a imunização e tomamos a decisão”, afirmou ele à coluna Mônica Bergamo da Folha de S.Paulo. A data foi escolhida porque, até lá, toda a população acima de 18 anos no Brasil já terá sido imunizada com ao menos uma dose. Uma outra novidade: a partir do mesmo dia 15, começará a redução do intervalo entre as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, de 12 para 8 semanas, como acontece no Reino Unido. Queiroga diz que a decisão foi tomada diante da possibilidade de disseminação da variante delta do coronavírus no Brasil. Estudos já mostram que a primeira dose das vacinas, no caso da delta, têm eficácia reduzida e não conseguem evitar boa parte das infecções. Já com duas doses a proteção é maior. Antecipando a aplicação da segunda dose, portanto, o Brasil poderia frear as contaminações, mantendo a curva de queda no número de óbitos e de casos verificada até agora.


REDUÇÃO DO INTERVALO

Não faltará vacina da AstraZeneca mesmo com redução entre 1ª e 2ª dose, diz Queiroga

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que não faltarão doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz mesmo com a redução do intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose de 12 para 8 semanas, como a anunciado nesta quarta-feira (25) pelo Ministério. De acordo com o Valor Econômico durante evento da XP, Queiroga disse que a Fiocruz tem recebido quantidades adequadas de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e deve fazer entregas regulares de vacina ao Ministério. A instituição começa a produzir o IFA em suas instalações em setembro. Se houver falta dessa vacina, disse, vai ser considerada a intercambialidade de doses, quando se inicia o esquema vacinal com uma marca e termina com outra. “Estamos tranquilos quanto à oferta de vacinas. Vamos receber 38 milhões de Janssen e 100 milhões de doses de Pfizer.” Queiroga sustentou que o foco neste momento é ampliar a campanha de vacinação contra a covid-19, principal ação para acabar com a pandemia. “O Brasil é um dos cinco países que mais vacinaram a população”. Segundo Queiroga, o avanço da vacinação se dá porque o governo Bolsonaro se prepara para aquisição de vacinas desde maio de 2020. O governo, contudo, recusou seguidas vezes a oferta de vacinas da Pfizer e várias vezes refutou a vacina do Butantan, a Coronavac.


MINISTÉRIO DA SAÚDE

Protocolo sobre máscaras não deve mudar até novembro

O Ministério da Saúde só deve concluir em novembro o novo protocolo sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras como prevenção ao contágio pela covid-19. A expectativa, no entanto, é de que o documento estabeleça regras para a flexibilização do uso. O presidente Jair Bolsonaro — que é abertamente contrário à utilização das máscaras como medida não-farmacológica — falou sobre o assunto na terça-feira (24) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Segundo apurou o Valor Econômico, apesar de ter manifestado o desejo de flexibilização das regras, Bolsonaro não deu nenhuma ordem expressa e o protocolo atual deverá ser mantido pelo menos até novembro. A persistir a tendência de queda no número de óbitos, a obrigatoriedade de uso será reduzida gradualmente. A mudança está sendo coordenada pela Secretaria Especial da Covid-19 (Secovid). A pasta acompanha com preocupação o crescimento do número de casos relacionados à variante delta. Há receio com uma eventual quarta onda de casos, mesmo que suavizada pela tendência de que as mortes continuem caindo, na esteira do avanço da vacinação.


ARTIGO

O cenário das doenças crônicas no Brasil e as pressões orçamentárias sobre o SUS

Em artigo publicado nesta quarta-feira (25) no Blog Saúde em Público da Folha de S.Paulo, Maria Letícia Machado, pesquisadora de políticas públicas no Instituto de Estudos Para Políticas de Saúde (IEPS) e Rebeca Freitas, especialista em relações governamentais no Instituto de Estudos Para Políticas de Saúde (IEPS), destacam que um dos aprendizados de 2020 é que o enfrentamento à pandemia poderia ter tido maior sucesso se a estrutura da atenção primária tivesse sido melhor utilizada. Em um contexto de emergência sanitária, testemunhamos a despriorização das ações de vigilância comunitária e epidemiológica, cruciais no rastreamento e contenção do contágio pelo vírus. Muito se noticiou sobre a ausência de testes de Covid-19 e a insuficiência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar a contaminação de profissionais de saúde. No entanto, um assunto que recebeu menos holofotes, mas que exerce grande impacto sobre o sistema de saúde foram os efeitos da pandemia sobre o represamento de serviços, como o cuidado longitudinal de doentes crônicos. Dentro da estrutura do sistema de saúde brasileiro, a Atenção Primária atua de forma estratégica para proporcionar o acompanhamento dos usuários crônicos. Veja o artigo completo, clique aqui.


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