Ampliação da cobertura vacinal e enfrentamento da dengue são desafios para infectologistas
As mudanças epidemiológicas da população no Brasil têm influenciado significativamente as orientações sobre vacinas ao longo dos anos. Vários fatores contribuem para essas transformações, como as alterações na demografia, padrões de mobilidade, urbanização, e a introdução de novas doenças e variantes de patógenos, alterando perfil epidemiológico da população, esclareceu Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), no debate sobre Infectologia, no 2º Congresso de Medicina Geral da AMB.
Sob a coordenação do presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, Kfouri disse que o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população exigiram a inclusão de vacinas específicas para população inclusive para os idosos; que o crescimento e a urbanização acelerada em áreas metropolitanas têm facilitado a disseminação de doenças infecciosas e demanda um maior foco na vacinação em massa; e o surgimento de novos patógenos, como o zika vírus e o SARS-CoV-2 levou à introdução de novas vacinas emergenciais, além de campanhas para conter a disseminação. No entanto, alertou para a hesitação e a recusa de vacinas por parte da população, influenciada por uma variedade de fatores, como desinformação, desconfiança nas instituições, falta de conhecimento e falta de orientação dos médicos, principalmente os mais jovens. “Para este cenário mudar, é fundamental a orientação e o incentivo dos profissionais de saúde sobre a importância para a saúde das pessoas.”
Ralcyon Francis Azevedo Teixeira, diretor da Divisão Médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e membro da atual diretoria da SBI, falou sobre o diagnóstico e o tratamento da dengue. Esclareceu que a doença viral, prevalente em regiões tropicais e subtropicais, tem o diagnóstico e o tratamento como cruciais para controlar a enfermidade e reduzir a mortalidade. Febre, dores no corpo, na cabeça e atrás dos olhos, além de fadiga, são os primeiros sintomas da dengue, e costumam ser tratados com estas medicações. Porém, algumas delas podem agravar os sintomas da doença, caso se confirme o diagnóstico. “Por isso, é importante saber detectar uma suspeita de dengue, que envolve conversar com o paciente e perguntar se há outros casos em pessoas próximas ou na vizinhança, além de observar atentamente o conjunto de sintomas”, ressaltou.
Para fechar o debate, a infectologista Tânia Regina Constant Vergara falou sobre o que o médico deve saber ao tender um paciente com HIV. “É preciso passar um conjunto de orientações ao paciente, esclarecer sobre os possíveis resultados dos testes e suas implicações, as formas de prevenção e sobre o controle da infecção.”
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