Brasília, urgente

31% dos médicos brasileiros mantêm um trabalho informal por renda extra

Uma pesquisa publicada pelo Medscape, site global para médicos e profissionais de saúde em todo o mundo, apontou que 31% dos médicos brasileiros iniciaram atividade paralela devido ao fechamento de clínicas e demissões relacionadas à pandemia de Covid-19. Foram ouvidos 1.820 médicos e residentes de mais de 40 especialidades, que estão atualmente no Brasil, destacou matéria da revista Veja.

O objetivo da pesquisa, divulgada nesta terça-feira, 13, foi conhecer as atividades que os profissionais realizam, além do trabalho médico, para aumentar a renda e se estavam pensando em mudar sua atividade principal para uma carreira não clínica. No total, 31% dos brasileiros afirmaram que tinham algum trabalho extra informal, dos quais 34% relacionados com a medicina e 27% não clínicos. O período de recrutamento para a realização desta pesquisa foi de 25 de fevereiro a 31 de maio de 2022. “A motivação para se dedicar a uma atividade paralela variou bastante entre os médicos. Mas ‘ganhar um dinheiro extra’ foi citado por 53% dos entrevistados, seguido por ‘começar a construir uma segunda carreira para quando me aposentar da medicina’, além de 10% dos médicos terem como objetivo ‘aprimorar suas habilidades na área da saúde’”, disse Leoleli Schwartz, editora sênior do Medscape.

Essa renda extra, logicamente, se traduziu em mais horas trabalhadas: 26 horas, em média, por mês foram gastas em atividades extras, ou um pouco menos que 1 hora e meia todos os dias úteis. Adicione isto às 128 horas semanais já gastas em média no trabalho regular médico e se tem 154 horas por mês, em média. Poucos médicos, independentemente da idade, do gênero ou da nacionalidade, indicaram diversão como o motivo para manter um trabalho extra – cerca de 6% – . Ao estimarem o quanto ganharam com o trabalho informal ao longo de 2021, os médicos brasileiros indicaram uma média de R$41.400.  No recorte por gênero, a média anual de remuneração extra das mulheres foi menor do que a dos homens: R$44.560 contra R$35.968. E na comparação por faixa etária, o grupo com mais de 45 anos levou vantagem, com um ganho médio de R$45.296 por ano contra R$33.886 para o grupo com menos de 45 anos. 


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