Brasília, urgente

90% dos brasileiros dizem que produção nacional de remédios deve aumentar

NK Consultores – A dependência do mercado externo para insumos de saúde atingiu o seu estopim de ineficiência na pandemia, destacou reportagem da revista Veja. De acordo com a publicação, não foi tarefa fácil, por exemplo, trazer determinados medicamentos para o território nacional durante esse período. Se a falta de cooperação do governo da época já dificultou as coisas, o déficit industrial da saúde brasileira, por sua vez, escancarou um problema já antigo que, finalmente, parece ter chamado a atenção da população. É o que conclui a pesquisa aplicada pela IQVIA Consumer Health, empresa multinacional especializada no comportamento do consumidor da saúde e encomendada pela Nortec Química, a maior fabricante de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAS) da América Latina: cerca de 90% dos brasileiros consideram importante aumentar a produção de medicamentos em solo nacional. “Priorizar a produção brasileira é também investir na segurança dos estoques, acessibilidade no Sistema Público de Saúde (SUS), distribuição, estabilidade dos preços e diminuição da dependência de produtos estrangeiros”, diz Marcelo Mansur, CEO da Nortec Química, a VEJA. Para ele, uma política de alavancagem da indústria nacional une o bem-estar econômico ao bem-estar social. “A melhor forma de garantir a disponibilidade de medicamentos à população é ter um programa de demanda nacional coordenado com o SUS, que é extremamente capacitado em logística e distribuição desses insumos.”A pesquisa também mostra que, ultrapassado o estado mais grave da crise sanitária, os entrevistados não constataram a falta de remédios no país. O preço, porém, permanece como um fator de preocupação. Em uma escala de 0 a 10, sendo 0 muito barato e 10 muito caro, mais de 30% das pessoas avaliaram que os fármacos estão com valores muito elevados. A maior votação se concentrou na nota 10, com 33,3%. Em seguida, 10,9% deram nota 9 e 16,1% votaram 8. Foram consultadas mil pessoas, nas cinco regiões do Brasil. No entanto, o país ainda tem um longo percurso pela frente antes de alcançar uma maior nacionalização industrial na saúde. Existe uma desproporção gritante em relação a este mercado. Segundo a Comex Stat, entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil gastou US$ 6,7 bilhões na aquisição de medicamentos e insumos, exceto veterinários. No mesmo período, o país exportou apenas US$ 484 milhões. Apesar do cenário desafiador, Mansur se diz otimista, tendo em vista os investimentos do atual governo no Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Recentemente, o presidente Lula lançou um plano para fomentar indústrias nacionais e estabeleceu, como uma das metas, produzir no Brasil 70% das necessidades nacionais em insumos e tecnologias de saúde, em 10 anos. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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