Brasília, urgente

A revolução no tratamento das doenças crônicas

NK Consultores – As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil e na maioria dos países de todo o mundo, especialmente a doença coronária (o infarto agudo do miocárdio) e o acidente vascular cerebral, destacou Ludhmila Hajjar no blog receita de médico, do jornal O Globo. Entre 30 e 50% dos casos podem ser evitados se houver o controle e o tratamento adequado dos fatores de risco como a hipertensão arterial, o diabetes, a dislipidemia (distúrbios do colesterol), o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo. Apesar do conhecimento a respeito da prevenção ser antigo e disseminado, não temos conseguido sucesso na redução de taxas de morte apesar de avanços consideráveis que ocorreram na terapia farmacológica dessas doenças. A ciência trouxe respostas importantes ao definir medicamentos corretos para o tratamento da hipertensão, do diabetes e da dislipidemia que reduzem as complicações graves dessas doenças. Entretanto, mais da metade dos hipertensos e dos dislipidêmicos não conseguem o controle adequado proposto por não receberem prescrição do medicamento correto ou por falha na adesão, ou seja, por não terem regularidade em sua administração. Em alguns estudos, menos de 40% dos pacientes usam de maneira adequada medicações de uso diário. No último mês, uma inovação na farmacologia cardiovascular foi noticiada nas principais revistas científicas. Trata-se da interferência por RNA (RNAi), uma terapia gênica capaz de moldar com eficiência máxima a expressão de uma proteína. Além disso, diferentemente dos fármacos convencionais, o RNAi é específico, ou seja, gera somente o bloqueio da produção da proteína de interesse, não afetando a síntese de proteínas com estruturas moleculares semelhantes, o que reduz possíveis efeitos adversos. Seu uso também é mais efetivo, pois uma única molécula pode silenciar várias cópias de RNA, responsável pela produção de várias moléculas da proteína. Uma outra vantagem é que o RNAi é uma molécula de fácil síntese e suas características físico-químicas não mudam, apesar de suas variações para atingir alvos distintos. Isso facilita o desenvolvimento de sistemas para liberação da molécula no organismo (soluções, cápsulas, nanopartículas por exemplo) para sua aplicação clínica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente o Inclisiran, uma molécula para ser utilizada como medicação adjuvante no tratamento de hipercolesterolemia. O inclisiran é uma molécula de RNA de interferência que reduz a síntese hepática de PCSK9. Em dois estudos internacionais recentemente publicados, as injeções subcutâneas de inclisiran no dia 1, dia 90 e depois a cada 6 meses reduziram os níveis de colesterol LDL em aproximadamente 50% por volta de 1,5 ano, praticamente sem efeitos adversos. E na última semana, no New England Journal of Medicine, foi publicado um estudo de fase I (inicial), com os dados sobre o Zilebesiran, uma molécula de RNA de interferência, que em uma única dose subcutânea controlou a hipertensão arterial dos pacientes durante 6 meses. Essas recentes descobertas da farmacologia das doenças crônicas podem definitivamente revolucionar a história da humanidade, possibilitando uma vida mais saudável e com mais qualidade. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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