Brasília, urgente

A tabela SUS pode resolver o financiamento do piso da enfermagem?

A discussão sobre as fontes de financiamento do piso da enfermagem está longe de ter um desfecho. Mas um efeito colateral já está nítido: a retomada do debate sobre a tabela do SUS, destacou artigo de Lígia Formenti, publicado no site Jota. Diante da dificuldade em tornar realidade a extensa lista de propostas no Congresso para obtenção de recursos, coube ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sugerir a atualização dos valores usados para pagar clínicas e hospitais e outros prestadores de serviço conveniados com o SUS.

Uma saída aparentemente simples, que cai no gosto de eleitores e de parte dos prestadores, mas com efeito limitado, explicou a publicação. De acordo com o artigo, a deixa foi aproveitada por outros atores, que passaram a defender a urgência do reajuste, independentemente da discussão sobre o piso da enfermagem. O tema está longe de ser unanimidade. Pelo contrário. Quem acompanha de perto as dificuldades em saúde garante que o modelo de remuneração está superado. Críticos asseguram ainda que o simples aumento da tabela apenas posterga uma discussão difícil, mas urgente para o país: a mudança na lógica de pagamento. “Os valores estão desatualizados há algum tempo. Mas nem de longe isso servirá para resolver o problema.

Nem de enfermeiros, nem da saúde pública”, afirma o secretário executivo do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também reagiu à proposta de aumento. E disse não haver como atualizar algo que está em desuso. O diretor-executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Antônio Britto, defende uma discussão urgente sobre a mudança na lógica de pagamento. Para Britto, a remuneração por tabela não distingue instituições que têm mérito das que não têm, perpetua a desigualdade e ainda, as injustiças de financiamento.


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