Brasília, urgente

Anvisa decidirá se farmácias poderão fazer exames de diagnóstico

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Alex Machado Campos disse ao JOTA que pretende colocar em votação a resolução que trata dos dispositivos de saúde até o fim de setembro. Relator do tema, que antes estava sob a responsabilidade da ex-diretora Cristiane Jourdan, Machado Campos deve realizar uma rodada de conversas com setores envolvidos. Um dos temas que deve exigir maior atenção na análise é a proposta de farmácias e drogarias se transformarem num ponto de cuidado e, com isso, serem autorizadas a fazer a coleta de sangue e material biológico para processamento em laboratórios. O setor de varejo de farmácias defende o ingresso na atividade, sob o argumento de que a estratégia ampliaria o acesso da população aos testes.

Mas o diretor avalia que uma operação como essa demandaria uma série de outras questões. Como seria o transporte? Onde o material ficará armazenado? “Não sabemos se estamos preparados para uma operação como essa”, disse. E isso exigiria, ainda, uma regulamentação. O cenário é diferente, no entanto, com relação a testes rápidos. A permissão deste tipo de teste nas farmácias é vista com simpatia pelo relator. Mas ele afirma que não tomou decisão e avalia ainda alguns detalhes. Presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Wilson Shcolnik diz que, qualquer que seja a alteração, é essencial assegurar as boas práticas laboratoriais. Shcolnik diz ser contrário à coleta de sangue e materiais biológicos nas farmácias.

Ele argumenta que, nos laboratórios, a regulação é rigorosa. Diretor da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Renato Porto garante, no entanto, que a permissão para farmácias e drogarias realizarem exames representará um avanço no cuidado da saúde. A Abrafarma deve encaminhar à Anvisa uma série de estudos de impacto da oferta de testes nos estabelecimentos farmacêuticos de outros países. Mesmo sabendo das resistências, o setor pleiteia não apenas os exames, mas também a permissão de que os estabelecimentos possam fazer a coleta de material biológico e sangue para processamento em laboratórios. 


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