Brasília, urgente

Após alta recorde na pandemia de Covid, mortes maternas voltam a ocorrer por causas evitáveis

NK Consultores – Três anos após o início da pandemia de Covid-19, período em que as taxas de mortalidade materna no Brasil dobraram, retrocedendo a níveis registrados há 25 anos, gestantes e puérperas estão mais protegidas contra o Sars-CoV-2. No entanto, voltaram a morrer por causas como hipertensão, hemorragias e infecções, consideradas evitáveis em 90% das situações, destacou matéria da Folha de S. Paulo. O país já tinha muitas fragilidades na atenção obstétrica, mas, com a crise sanitária, elas se intensificaram. Um dos indicadores mais importantes é a razão de mortalidade materna (RMM), que computa óbitos relacionados a complicações na gravidez e até 42 dias após o parto (puerpério). Em 2021, a RMM apontou que, a cada 100 mil nascidos vivos, houve 110 mortes de mulheres, mesma taxa registrada em 1998.

Os dados preliminares do Ministério da Saúde, compilados pelo OOBr (Observatório Obstétrico Brasileiro), mostram que o número é quase o dobro do registrado em 2019, período anterior à pandemia, quando a razão foi de 57,9 mortes. Em 2020, a taxa oficial foi de 71,9 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Em números absolutos, foram 1.964 mortes em 2020 e 2.941 mortes em 2021. Os dados de 2022 ainda não estão consolidados. Só para efeito de comparação, nos Estados Unidos, foram 861 óbitos maternos em 2020 e 1.178 em 2021, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças). Somados, eles representam menos da metade das mortes brasileiras nesse período. O Brasil é signatário de um acordo firmado com a ONU (Organização das Nações Unidas) em 2015 para reduzir, até 2030, a razão de mortalidade materna para, no máximo, 30 por 100 mil nascidos vivos, ou seja, quase um quarto do número registrado em 2021. Relatório do Ministério da Saúde de 2019 obtido pela Folha mostra que há 95% de chance de o país não atingir a meta. A RMM projetada por técnicos do ministério para 2030 é de 55,6 mortes por 100 mil nascidos vivos. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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