Brasília, urgente

Brasil estuda terapia gênica inovadora contra anemia falciforme para incorporar ao SUS

NK Consultores – A primeira terapia de edição de DNA para tratar uma doença genética, a anemia falciforme, foi aprovada em dezembro nos EUA, e está disponível ali para quem puder pagar até US$ 3 milhões pelo procedimento. Enquanto americanos discutem agora o problema do acesso ao procedimento, o Brasil, onde cerca de 80 mil pessoas têm esse mal hereditário, tenta criar tecnologia própria para colocar o tratamento de ponta no SUS, destacou reportagem do jornal O Globo. Um dos grupos trabalhando nisso faz parte do Proadi, um programa de parceria entre o Ministério da Saúde e hospitais particulares de referência, que busca fortalecer a rede pública por meio de diferentes iniciativas, entre elas a pesquisa. Para isso, as unidades aplicam em projetos que impactem o SUS recursos financeiros equivalentes às contribuições sociais das quais têm imunidade tributária por serem filantrópicos. No Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, há dois anos cientistas já estão trabalhando para desenvolver e validar esse tipo de terapia. Usando a técnica de edição genética CRISPR-Cas9, esses brasileiros querem alterar o genoma de pacientes para que eles possam gerar células sanguíneas saudáveis.Liderados pelo imunologista Ricardo Weinlich, os cientistas já conseguiram fazer a alteração necessária em amostras de células extraídas. Se o material passar por todos os testes de qualidade e de produção em maior escala, cientistas acreditam que dentro de dois anos será possível iniciar um teste clínico no Brasil que oferece uma possibilidade nova de cura. Quando (e se) isso ocorrer, os doadores receberão um transplante de células geneticamente alteradas por CRISPR, numa tentativa de corrigir o problema. A despeito de existirem opções de tratamento, em muitos casos a anemia falciforme é difícil de manejar, por isso a terapia CRISPR chega como uma esperança de ampliar as opções de intervenção para frear de vez a doença. Quando se atinge esse objetivo, cientistas acreditam que não só o paciente se beneficia, mas o sistema de saúde deixa de gastar recursos com um caso crônico que impõe gastos no longo prazo. Ainda que a terapia de edição gênica seja cara agora, a ideia é que os custos se compensem em algum momento no futuro. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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