Brasília, urgente

Brasil não preparou sistema de saúde para atender população envelhecida; veja 8 principais desafios

NK Consultores – Embora estudos mostrassem há décadas que o Brasil passaria por um envelhecimento populacional acelerado como o retratado pelos números do Censo 2022 divulgados nesta sexta, 27, e que isso exigiria uma preparação do sistema de saúde para lidar com novas demandas epidemiológicas, o País não conseguiu avançar com a rapidez necessária e agora terá um cenário ainda mais desafiador para os próximos anos, segundo especialistas, destacou matéria do Estado de S.Paulo. Se por um lado, o envelhecimento populacional deve ser celebrado como um reflexo dos avanços da Medicina e de melhores condições de vida, por outro, ter uma população mais envelhecida traz o ônus do aumento da incidência de problemas de saúde como doenças cardiovasculares, cânceres e demências. No Brasil, esse desafio é agravado pela escassez de profissionais especializados e de leitos em instituições de longa permanência ou de reabilitação, pela falta de centros-dia de assistência e de serviços domiciliares e pelo preconceito etário. A ausência de políticas públicas que promovam a integração do idoso e incentivem conexões sociais tem impacto na saúde mental dessa população, que tem taxas crescentes de depressão e outros transtornos. “A gente tem há décadas pesquisas mostrando o aumento de idosos, a queda das taxas de fecundidade. Isso não é novidade, mas poucos setores da sociedade se moveram para fazer algo. E o primeiro fator que explica isso é o idadismo”, diz Alexandre Kalache, médico geróntologo e presidente do Centro Internacional da Longevidade.Para ele, lideranças políticas, instituições de saúde e a própria sociedade se negam a enxergar as necessidades dessa população, o que impediu que nos preparássemos com mais calma para o cenário de envelhecimento. Um trabalho do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) publicado em abril mostrou que apenas 0,7% dos médicos que concluíram a residência em 2020 se especializaram em geriatria, índice que se manteve praticamente estável ao longo dos dez anos anteriores e que contrasta muito com os 9,5% dos que concluíram a especialização em pediatria, por exemplo. O estudo do IEPS mostra que, também na contramão da demanda brasileira, o número de leitos em instituições de longa permanência ou de reabilitação caiu de 0,6 para mil idosos em 2010 para 0,4 para mil idosos em 2021. Alguns dos principais desafios do envelhecimento populacional para o sistema de saúde brasileiro, apontados por especialistas são: doenças crônicas não detectadas ou descompensadas, gargalos no diagnóstico e tratamento do câncer, demências e transtornos mentais (aumento de pacientes com Alzheimer e outras demências também é esperado em países com maior proporção de idosos), problemas osteoarticulares, falta de políticas de prevenção, déficit de profissionais e leitos, Carga do cuidado sobre familiares – sobretudo mulheres e Desigualdades sobrepostas. Questionado sobre o que planeja diante do cenário de envelhecimento acelerado no País, o Ministério da Saúde afirmou que “tem se organizado para acompanhar e preparar a rede de atenção à saúde” diante do cenário e que “estão sendo estruturadas ações para qualificação dos profissionais de saúde em temáticas do envelhecimento por meio de parcerias com hospitais de excelência (projeto PROADI-SUS), além de projetos de ensino-pesquisa e capacitação em parceria com universidades e instituições de ensino”. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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