Brasília, urgente

Brasil tem recorde de transplantes, mas 1.600 famílias recusam doar órgãos

O Brasil bateu o recorde de doações de órgãos no primeiro semestre deste ano. Entre janeiro e junho, o país registrou uma média de 19,2 doadores por milhão de habitantes, destacou matéria da Folha de S. Paulo. A quantidade de recusa das famílias, porém, aumentou em relação aos últimos anos. Os dados foram divulgados pela ABTO (Associação Brasileira de Doação de Órgãos) na manhã desta quinta-feira (31). ’Estamos voltando a ter os mesmos índices de 2019, não é 100%, mas estamos trabalhando para alcançar essas posições. O mais importante é ter órgãos para transplantar’, disse Valter Duro Garcia, médico e membro da ABTO, durante entrevista coletiva nesta quinta. No primeiro semestre de 2019, antes da pandemia de Covid, a taxa era 16,9. Com o início da crise sanitária, essa taxa caiu. Agora, após a retomada constatada na primeira metade deste ano, a expectativa da entidade é que se mantenha em alta e chegue a 20 até dezembro. Também houve mais doações de alguns órgãos. No caso de coração, por exemplo, a taxa passou de 1,7 transplante por milhão de habitantes em 2022 para 2,0 neste ano, enquanto o de fígado foi de 10 para 10,9 no mesmo período. Já o pulmão teve recuo, de 0,5 para 0,3. Em relação à recusa de doação de órgãos, a proporção de resposta negativa permanece em alta. Pela legislação brasileira, a doação só acontece se o paciente tiver o diagnóstico de morte cerebral e a família autorizar o procedimento. No primeiro semestre, em todo o país, foram identificados 6.793 pacientes como potenciais doadores, mas apenas cerca de 30% foram de fato realizados. Em 1.684, a doação não ocorreu porque a família não autorizou o procedimento (49%). Entre janeiro e junho do ano passado, houve 1.608 recusas (44%). Em 2021, 1.113 (40%), enquanto em 2019, antes da pandemia, eram 1.302 (40%). Entre os outros motivos para que a doação não acontecesse, entre janeiro e junho deste ano, estão contraindicação médica (17% dos casos), parada cardíaca (7%) e morte encefálica não confirmada (7%). Garcia afirma que o aumento de recusa familiar mostra a necessidade de retomar medidas de acolhimento que foram perdidas com a pandemia. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


Envie sua opinião